Manuel Frexes já entrou para o terceiro ano de mandato da autarquia fundanense
Fundão
Frexes diz que mandato marca uma viragem

A meio do mandato, o autarca Manuel Frexes sublinha que o Fundão está na rota do desenvolvimento e que já não faz parte dos concelhos sub-desenvolvidos. Oposição diz que houve mais "propaganda" que "realizações".


Ana Ribeiro Rodrigues
NC / Urbi et Orbi


"Mudámos a maneira de se fazer política no Fundão. O que se discute hoje já não é a falta de obra, mas sim o ritmo que ela vai ter e a dimensão que ela vai assumir". É desta forma que Manuel Frexes resume o desempenho da sua equipa, que completou na sexta-feira, 9, dois anos à frente da Câmara Municipal do Fundão. A data foi assinalada com um jantar para cerca de 500 pessoas, no sábado, numa unidade hoteleira da cidade.
Segundo Manuel Frexes, que lembra os incêndios de Verão como o pior momento, foram "dois anos difíceis mas estimulantes, com grandes desafios". E salienta que "chegou o tempo das grandes realizações".
Em declarações ao NC o autarca sublinha que "a realidade do concelho mudou consideravelmente, e para muito melhor". Manuel Frexes frisa que "hoje o Fundão já não faz parte dos concelhos sub-desenvolvidos". "Estamos na rota do progresso e do desenvolvimento. Temos uma estratégia, um rumo, não andamos à deriva". E dá como exemplo a captação de fundos comunitários, em que "era o último dos 78 municípios da região e está hoje na liderança da candidatura a fundos para projectos". "Apresentámos e apoiámos mais de 150", salienta.
O edil destaca ainda que "num município que não lançava obras, no ano passado foram lançadas a um ritmo de uma obra por dia e fomos o município da região que lançou mais concursos públicos". Manuel Frexes realça também os mais de dois milhões de euros investidos em projectos, os mais de cinco milhões de euros para a aquisição de terrenos e imóveis e os cerca de 30 milhões de euros de investimento público nas freguesias.
"O investimento público duplicou, as obras sucedem-se a um ritmo nunca visto e estão-se a resolver problemas de décadas. Houve melhorias ao nível da nossa importância regional, da afirmação do Fundão no contexto nacional, do investimento público e privado e dos problemas básicos que vieram a ser resolvidos", enumera o presidente da Câmara, que acrescenta que "foi devolvida a auto-estima de sermos fundanenses".

Aquém das expectativas

Para Abel Rodrigues, presidente da concelhia socialista, o balanço destes dois anos da câmara social-democrata "não é totalmente negativo, uma vez que houve coisas bem feitas", mas considera que, face às expectativas criadas, "o sentimento das pessoas é de frustração". "Foram dois anos mais de propaganda que de realizações", sublinha o líder do PS no concelho.
Abel Rodrigues chama ainda a atenção para as obras entretanto concretizadas, que transitaram do anterior executivo, liderado por José Maria Fortunato. "Obras que esta câmara reclama como sendo deles", diz. As piscinas Municipais, o mercado ao ar livre, a variante a Castelo Novo ou a requalificação da entrada norte do Fundão pela Estrada Nacional 18 são alguns dos exemplos enumerados.
Quanto ao grande aumento de candidaturas a fundos comunitários com esta Câmara, Abel Rodrigues reconhece que "houve um défice nessa matéria, pelo que, quem viesse depois, teria forçosamente que fazer melhor". Mas o líder do PS local acrescenta que não basta candidatar os projectos. "É preciso realizar as obras, é preciso pô-las no terreno para que os fundos venham".
E enquanto Manuel Frexes fala na duplicação do investimento Abel Rodrigues fala em "investimentos não produtivos". O socialista lembra que nos dois últimos anos houve um aumento dos orçamentos, mas sublinha que uma grande parte vai para as despesas com pessoal, para pagar as muitas pessoas que entretanto a Câmara admitiu e que considera ser um erro. "Eram necessários técnicos qualificados, mas não foi só isso que aconteceu. Foi necessário recompensar quem fez a campanha", salienta.
Adelino Pereira, deputado municipal da CDU, entende que só será possível fazer um balanço com rigor e precisão da primeira metade do mandato do actual executivo quando estiverem perante os dados da conta de gerência, o que acontecerá na próxima Assembleia Municipal, em Abril. "Mas estamos em crer que este executivo ficou aquém do que se propunha fazer no ano transacto, se tivermos em conta o orçamento", adianta.