"Mudámos a
maneira de se fazer política no Fundão. O
que se discute hoje já não é a falta
de obra, mas sim o ritmo que ela vai ter e a dimensão
que ela vai assumir". É desta forma que Manuel
Frexes resume o desempenho da sua equipa, que completou
na sexta-feira, 9, dois anos à frente da Câmara
Municipal do Fundão. A data foi assinalada com um
jantar para cerca de 500 pessoas, no sábado, numa
unidade hoteleira da cidade.
Segundo Manuel Frexes, que lembra os incêndios de
Verão como o pior momento, foram "dois anos
difíceis mas estimulantes, com grandes desafios".
E salienta que "chegou o tempo das grandes realizações".
Em declarações ao NC o autarca sublinha que
"a realidade do concelho mudou consideravelmente, e
para muito melhor". Manuel Frexes frisa que "hoje
o Fundão já não faz parte dos concelhos
sub-desenvolvidos". "Estamos na rota do progresso
e do desenvolvimento. Temos uma estratégia, um rumo,
não andamos à deriva". E dá como
exemplo a captação de fundos comunitários,
em que "era o último dos 78 municípios
da região e está hoje na liderança
da candidatura a fundos para projectos". "Apresentámos
e apoiámos mais de 150", salienta.
O edil destaca ainda que "num município que
não lançava obras, no ano passado foram lançadas
a um ritmo de uma obra por dia e fomos o município
da região que lançou mais concursos públicos".
Manuel Frexes realça também os mais de dois
milhões de euros investidos em projectos, os mais
de cinco milhões de euros para a aquisição
de terrenos e imóveis e os cerca de 30 milhões
de euros de investimento público nas freguesias.
"O investimento público duplicou, as obras sucedem-se
a um ritmo nunca visto e estão-se a resolver problemas
de décadas. Houve melhorias ao nível da nossa
importância regional, da afirmação do
Fundão no contexto nacional, do investimento público
e privado e dos problemas básicos que vieram a ser
resolvidos", enumera o presidente da Câmara,
que acrescenta que "foi devolvida a auto-estima de
sermos fundanenses".
Aquém das expectativas
Para Abel Rodrigues, presidente da concelhia socialista,
o balanço destes dois anos da câmara social-democrata
"não é totalmente negativo, uma vez
que houve coisas bem feitas", mas considera que,
face às expectativas criadas, "o sentimento
das pessoas é de frustração".
"Foram dois anos mais de propaganda que de realizações",
sublinha o líder do PS no concelho.
Abel Rodrigues chama ainda a atenção para
as obras entretanto concretizadas, que transitaram do
anterior executivo, liderado por José Maria Fortunato.
"Obras que esta câmara reclama como sendo deles",
diz. As piscinas Municipais, o mercado ao ar livre, a
variante a Castelo Novo ou a requalificação
da entrada norte do Fundão pela Estrada Nacional
18 são alguns dos exemplos enumerados.
Quanto ao grande aumento de candidaturas a fundos comunitários
com esta Câmara, Abel Rodrigues reconhece que "houve
um défice nessa matéria, pelo que, quem
viesse depois, teria forçosamente que fazer melhor".
Mas o líder do PS local acrescenta que não
basta candidatar os projectos. "É preciso
realizar as obras, é preciso pô-las no terreno
para que os fundos venham".
E enquanto Manuel Frexes fala na duplicação
do investimento Abel Rodrigues fala em "investimentos
não produtivos". O socialista lembra que nos
dois últimos anos houve um aumento dos orçamentos,
mas sublinha que uma grande parte vai para as despesas
com pessoal, para pagar as muitas pessoas que entretanto
a Câmara admitiu e que considera ser um erro. "Eram
necessários técnicos qualificados, mas não
foi só isso que aconteceu. Foi necessário
recompensar quem fez a campanha", salienta.
Adelino Pereira, deputado municipal da CDU, entende que
só será possível fazer um balanço
com rigor e precisão da primeira metade do mandato
do actual executivo quando estiverem perante os dados
da conta de gerência, o que acontecerá na
próxima Assembleia Municipal, em Abril. "Mas
estamos em crer que este executivo ficou aquém
do que se propunha fazer no ano transacto, se tivermos
em conta o orçamento", adianta.
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