Nem sempre o que parece
é. E quem só olhar aos números do
jogo do último domingo sem ter estado no Santos
Pinto pode ser levado a pensar que o Sporting da Covilhã
teve vida fácil. Nada disso. O equilíbrio
foi a nota dominante durante quase toda a partida e, se
bem que justa e merecida, a vitória dos leões
por um resultado tão expressivo até é
um castigo demasiado pesado para os avenses. O Covilhã
esteve bem. Tão bem como contra o Vitória
de Setúbal. Os jogadores empenharam-se, actuaram
como equipa e “comeram relva” para conquistar
os três pontos. No final, o 4-0 premiava uma equipa
que, mesmo a vencer desde os 7 minutos de jogo, nunca
deu a iniciativa ao adversário e disputou cada
lance ao longo dos 90 minutos como se estivesse em desvantagem
no marcador.
Também é certo que tudo correu bem ao conjunto
da casa. Na defesa os covilhanenses acertaram tão
bem as marcações aos homens mais avançados
que o único elemento do Aves disponível
para criar perigo era o médio defensivo, Paulo
Pereira. No miolo Ankyofna sempre eficaz e proporcionou
espaço para os seus companheiros construirem jogo
para os avançados. Orlando, a única contratação
de Inverno até ao momento, estreou-se da melhor
forma e mostrou ser uma opção válida
para Cavaleiro. E lá na frente, um Oseias em nítida
subida de forma destruiu completamente o muro defensivo
montado por José Gomes.
O avançado brasileiro deu a primeira alegria às
bancadas logo aos 7 minutos. Hermes assiste de cabeça
para a entrada da área e Oseias recebe, aguenta
a pressão de um central, roda e remata à
meia volta para o golo inaugural. O Aves, que até
tinha criado as duas primeiras situações
de golo, parte à procura do empate sempre através
de iniciativas de Paulo Pereira, que travou durante a
primeira parte um duelo interessante com Celso em que
o guardião serrano levaria a melhor. À meia-hora
de jogo Emanuel vê a barra da baliza serrana negar-lhe
a igualdade na marcação de um livre. O Aves
crescia e o Covilhã não conseguia aliviar
a pressão. Mas depois veio o intervalo e tudo mudou.
Paulo Pereira ainda teve tempo para assustar Celso mais
uma vez, mas José Gomes decide retirá-lo
de campo e lançar no seu lugar Octávio.
A troca acabaria por ser nefasta para os forasteiros.
Isto porque o Covilhã não vacilou nas marcações
e o Aves perdeu a unidade que mais desequilíbrios
estava a causar. Mais feliz com as substituições
foi Cavaleiro. A meia-hora do final, o técnico
troca um ineficiente Dani por Tarantini e os resultados
só demoraram dois minutos a aparecer. O jovem avançado
aproveitou da melhor forma uma fífia de Pinho,
que escorregou quando se preparava para pontapear a bola
depois do atraso de um companheiro, e elevou para 2-0
com a baliza deserta. Com o pé quente, o avançado
ainda teria tempo para mais dois golos (o primeiro hat-trick
da sua carreira enquanto Sénior), ambos a passe
de Oseias aos 72 e aos 82, numa altura em que o Aves foi
nitidamente abaixo.
No final Cavaleiro era um técnico satisfeito com
a prestação dos seus atletas, mas deixava
um aviso: “Ganhar é bom, mas é preciso
que este resultado tenha sequência”. O treinador
voltou a pedir mais reforços para o plantel, que
na última semana ficou sem Lourenço, o quinto
jogador a abandonar o clube desde o início da época.
O Covilhã termina a primeira volta na última
posição mas em franca recuperação.
No próximo domingo, 18, os serranos recebem o Estoril,
líder da tabela. Uma partida difícil, mas
não impossível de vencer. Aliás,
o Setúbal também estava na liderança
antes de vir ao Santos Pinto.
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