Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


Trindade ganha a uma adversário. O jogo foi equilibrado, até Tarantini entrar em campo

Nem sempre o que parece é. E quem só olhar aos números do jogo do último domingo sem ter estado no Santos Pinto pode ser levado a pensar que o Sporting da Covilhã teve vida fácil. Nada disso. O equilíbrio foi a nota dominante durante quase toda a partida e, se bem que justa e merecida, a vitória dos leões por um resultado tão expressivo até é um castigo demasiado pesado para os avenses. O Covilhã esteve bem. Tão bem como contra o Vitória de Setúbal. Os jogadores empenharam-se, actuaram como equipa e “comeram relva” para conquistar os três pontos. No final, o 4-0 premiava uma equipa que, mesmo a vencer desde os 7 minutos de jogo, nunca deu a iniciativa ao adversário e disputou cada lance ao longo dos 90 minutos como se estivesse em desvantagem no marcador.
Também é certo que tudo correu bem ao conjunto da casa. Na defesa os covilhanenses acertaram tão bem as marcações aos homens mais avançados que o único elemento do Aves disponível para criar perigo era o médio defensivo, Paulo Pereira. No miolo Ankyofna sempre eficaz e proporcionou espaço para os seus companheiros construirem jogo para os avançados. Orlando, a única contratação de Inverno até ao momento, estreou-se da melhor forma e mostrou ser uma opção válida para Cavaleiro. E lá na frente, um Oseias em nítida subida de forma destruiu completamente o muro defensivo montado por José Gomes.
O avançado brasileiro deu a primeira alegria às bancadas logo aos 7 minutos. Hermes assiste de cabeça para a entrada da área e Oseias recebe, aguenta a pressão de um central, roda e remata à meia volta para o golo inaugural. O Aves, que até tinha criado as duas primeiras situações de golo, parte à procura do empate sempre através de iniciativas de Paulo Pereira, que travou durante a primeira parte um duelo interessante com Celso em que o guardião serrano levaria a melhor. À meia-hora de jogo Emanuel vê a barra da baliza serrana negar-lhe a igualdade na marcação de um livre. O Aves crescia e o Covilhã não conseguia aliviar a pressão. Mas depois veio o intervalo e tudo mudou.
Paulo Pereira ainda teve tempo para assustar Celso mais uma vez, mas José Gomes decide retirá-lo de campo e lançar no seu lugar Octávio. A troca acabaria por ser nefasta para os forasteiros. Isto porque o Covilhã não vacilou nas marcações e o Aves perdeu a unidade que mais desequilíbrios estava a causar. Mais feliz com as substituições foi Cavaleiro. A meia-hora do final, o técnico troca um ineficiente Dani por Tarantini e os resultados só demoraram dois minutos a aparecer. O jovem avançado aproveitou da melhor forma uma fífia de Pinho, que escorregou quando se preparava para pontapear a bola depois do atraso de um companheiro, e elevou para 2-0 com a baliza deserta. Com o pé quente, o avançado ainda teria tempo para mais dois golos (o primeiro hat-trick da sua carreira enquanto Sénior), ambos a passe de Oseias aos 72 e aos 82, numa altura em que o Aves foi nitidamente abaixo.
No final Cavaleiro era um técnico satisfeito com a prestação dos seus atletas, mas deixava um aviso: “Ganhar é bom, mas é preciso que este resultado tenha sequência”. O treinador voltou a pedir mais reforços para o plantel, que na última semana ficou sem Lourenço, o quinto jogador a abandonar o clube desde o início da época.
O Covilhã termina a primeira volta na última posição mas em franca recuperação. No próximo domingo, 18, os serranos recebem o Estoril, líder da tabela. Uma partida difícil, mas não impossível de vencer. Aliás, o Setúbal também estava na liderança antes de vir ao Santos Pinto.