Os proprietários
das 170 casas em zinco das Penhas da Saúde, situadas
acima da Pousada da Juventude, podem vir a trocar as casas
por apartamentos a construir junto à piscina. Uma
forma de resolver o problema de impacto paisagístico
que a Câmara da Covilhã quer ver solucionado.
A proposta, que irá ser estudada, foi uma das decisões
saídas do encontro que reuniu na terça-feira,
13, várias entidades que têm uma palavra a
dizer na intervenção na Serra da Estrela.
Com esta medida, avançada na reunião promovida
pela autarquia, "as pessoas ficariam com direito ao
uso dos apartamentos durante algum tempo do ano e no restante
teriam que os ceder, para alugar, de forma a recuperar a
quantia investida", diz Carlos Pinto, presidente da
câmara. Embora essas pessoas sejam os proprietários
da habitação.
Esta hipótese surge depois de duas outras terem sido
equacionadas: a reconversão ou a demolição,
que implicaria transferir para outra zona a construção
ou o pagamento de indemnizações. "Esta
terceira hipótese é uma saída que valoriza
o património das pessoas, porque lhes garante que
ele será cuidado", refere. O autarca sublinha
ainda que, nesta matéria, "tudo o que for feito
será de comum acordo". "O que se pretende
aqui é garantir os direitos das pessoas mas também
a qualidade urbanística", acrescenta.
Mais dois hotéis
Em cima da mesa deste encontro esteve um conjunto de
propostas de investimento na Serra da Estrela que visam
a promoção do turismo e o ordenamento do
território, orçadas em 35 milhões
de euros.
A construção de dois hotéis, um nas
Penhas e outro na Varanda dos Carqueijais, mais 600 fogos
habitacionais, novos bungalows, um pavilhão polivalente
com capacidade para três mil pessoas, espaços
comerciais e de lazer, um posto da GNR, o tão falado
casino e um spa, no local em tempos pensado para o teleférico,
fazem parte do plano que foi analisado.
A “zona dois”, área das Penhas da Saúde
nas imediações da piscina, será a
primeira a ser intervencionada, com as obras dos arruamentos,
saneamento, abastecimento de água, comunicações
e electricidade. Um projecto que a autarquia espera pôr
a concurso já em Maio. No total, as infra-estruturas
previstas para as Penhas da Saúde rondam os 400
mil euros. O hotel e o estudo prévio do pavilhão
multiusos devem ser os próximos projectos a apreciar.
A criação de uma comissão de acompanhamento
do plano de urbanização foi outra das decisões
tomadas neste dia.
Para mais tarde vai ficar a chamada “zona um”,
na Varanda dos Carqueijais, cujo plano de pormenor, que
define a tipologia que se pretende para a área,
foi apresentado aos participantes no encontro. Essa calendarização
posterior tem a ver com “questões de natureza
de transformação dos solos”.
A proveniência do financiamento ainda é uma
incógnita, mas Carlos Pinto diz que virá
de vários sítios e sublinha que “estão
criadas as condições para que os investidores
privados venham para a Serra da Estrela”. Embora
se esteja a contar com fundos comunitários e do
Estado, assim como com investimento da Câmara e
da Turistrela, empresa concessionária.
Carlos Pinto mostra-se satisfeito com a iniciativa, que
considera ser mais um passo “para criar uma frente
de turismo de montanha em Portugal” virado para
uma oferta de qualidade. Isto, numa zona que viu este
ano o número de visitantes que vêm fazer
esqui triplicar em relação a anos anteriores.
Quando concluído o plano irá criar 800 postos
de trabalho, salienta o edil.
Na reunião participaram, entre outros, responsáveis
das Secretarias de Estado do Ordenamento do Território
e do Turismo e do Instituto de Financiamento e Apoio ao
Turismo.
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