Splinter














The Offspring





Sony| 200
3



Alexandre S. Silva


Os Offspring estão de volta com o seu sétimo álbum de originais. Em boa hora.
Em termos musicais pouco há a dizer. Os californianos continuam a praticar aquele punk-rock melódico que sempre os caracterizou. As guitarras em distorção, a batida simples “roubada” aos Sex Pistols e uma certa inclinação para o Ska numa ou outra música. Os riffs de Kevin Noodles, que ora parecem saídos de uma cítara indiana, como de uma violão mariachi, continuam a dar uma dimensão única às músicas, distinguindo-as das outras bandas da cena punk americana. A voz peculiar de Dexter Holland continua imutável.
Mas há qualquer coisa diferente nestes Offspring. Pelo menos em relação aos dois últimos álbuns (Americana, de 1998, e Conspiracy of One, de 2000). O colectivo parece estar de regresso aos tempos áureos de Ignition (1991) e Smash (1993), em que fazia das letras uma arma contra o conformismo e contra o “sistema” americano. As preocupações sociais paracem ter voltado à agenda da banda depois de dois trabalhos extremamente hedonistas. “Long way home”, “The Noose” e “Hit that” são apenas alguns exemplos deste regresso às origens. Ainda assim, “Splinter”, está a anos luz dos dois registos dos inícios da década de 90.