Os Offspring estão de volta com o seu sétimo
álbum de originais. Em boa hora.
Em termos musicais pouco há a dizer. Os
californianos continuam a praticar aquele punk-rock
melódico que sempre os caracterizou. As
guitarras em distorção, a batida
simples “roubada” aos Sex Pistols
e uma certa inclinação para o Ska
numa ou outra música. Os riffs de Kevin
Noodles, que ora parecem saídos de uma
cítara indiana, como de uma violão
mariachi, continuam a dar uma dimensão
única às músicas, distinguindo-as
das outras bandas da cena punk americana. A voz
peculiar de Dexter Holland continua imutável.
Mas há qualquer coisa diferente nestes
Offspring. Pelo menos em relação
aos dois últimos álbuns (Americana,
de 1998, e Conspiracy of One, de 2000). O colectivo
parece estar de regresso aos tempos áureos
de Ignition (1991) e Smash (1993), em que fazia
das letras uma arma contra o conformismo e contra
o “sistema” americano. As preocupações
sociais paracem ter voltado à agenda da
banda depois de dois trabalhos extremamente hedonistas.
“Long way home”, “The Noose”
e “Hit that” são apenas alguns
exemplos deste regresso às origens. Ainda
assim, “Splinter”, está a anos
luz dos dois registos dos inícios da década
de 90.