Foz Côa
Autarquia teme que Museu Arqueológico fique por
concretizar
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NC / Urbi et
Orbi
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O município de Foz Côa teme que a eventual
extinção do programa Acção
Integrada de Base Territorial (AIBT) do Côa, no
próximo Quadro Comunitário de Apoio, ponha
em causa a concretização do Museu Arqueológico
do vale do Côa. A AIBT é financiada pelo
programa operacional regional e tem como objectivo apoiar
as zonas mais desfavorecidas, através de medidas
que evitem o despovoamento e desertificação.
A preocupação face a uma possível
extinção da AIBT foi comunicada em ofício,
a que a Lusa teve acesso, enviado à Comissão
de Coordenação e do Desenvolvimento Regional
do Centro (CDRC), com conhecimento ao primeiro-ministro,
ministro adjunto do primeiro-ministro, ministro da Cultura
e ministro das Cidades, do Ambiente e do Ordenamento do
Território.
Neste documento, o presidente da autarquia, Sotero Ribeiro
(PSD) afirma que "foi com alguma surpresa desagradável"
que na reunião da Comissão de Acompanhamento
do Programa Operacional do Centro (POCentro) teve conhecimento
da "possível intenção"
de serem fechadas as instalações da AIBT
do Côa. "Assim sendo, e porque também
tive a noção clara da intenção
da sua extinção no próximo Quadro
Comunitário, o que fazer, por exemplo, se não
se der execução, até 2007, do Museu
do Parque Arqueológico, obra esta da inteira responsabilidade
da Administração Central", questiona.
Sotero Ribeiro pergunta ainda se as Gravuras Rupestres
do Côa serão desclassificadas como Património
da Humanidade, "já que um dos imperativos
impostos pela UNESCO, na sua classificação
como património Mundial, foi a dita execução
do Museu". O autarca questiona também se "a
existência da AIBT do Côa, sucedânea
do PROCOA (Programa de Desenvolvimento Integrado do Vale
do Côa), não potenciou e fez surgir as restantes
AIBT da Região Centro, beneficiando assim a própria
região, que pelo facto de agora acolher quatro
municípios da Região Norte, em nada foi
prejudicada".
O autarca referia-se aos concelhos de Torre de Moncorvo,
Freixo de Espada à Cinta, Foz Côa e Mogadouro,
que estavam afectos à Comissão de Coordenação
da Região Norte. Sotero Ribeiro recorda que a AIBT
do Côa, que neste Quadro Comunitário de Apoio
está associada ao POCentro, surgiu no seguimento
do anterior PROCOA, "depois de um conturbado período
a seguir à descoberta das gravuras rupestres e
como que por compensação da supressão
da barragem do chamado Escalão de Foz Côa"
no rio Côa.
O PROCOA tinha como suporte financeiro verbas atribuídas
ao Programa de Desenvolvimento PRODOURO que, para o efeito,
foi reforçado. O autarca refere que o PROCOA "foi
apresentado aos nove municípios que dele faziam
parte, como um programa que, além da referida compensação
à Região do Vale do Côa, pelo facto
da não construção da Barragem, pretendia
potenciar o desenvolvimento desta região".O
investimento previsto era de 125 milhões de euros,
e do seu quadro técnico faziam parte inicialmente
16 funcionários, sendo o custo das instalações
suportado pelo Ministério da Cultura, repartidos
com a sede do Parque Arquológico e do Centro Nacional
de Arte Rupestre. Depois do PROCOA ser substituído
pela AIBT, no actual Quadro Comunitário de Apoio,
o concelho de Mogadouro passou a integrar este programa,
elevando para dez os municípios abrangidos: Foz
Côa, Meda, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo,
Almeida, Sabugal, Trancoso, Freixo de Espada à
Cinta,Torre de Moncorvo e Mogadouro. A AIBT passou também
a integrar a CCDRC, mas foi estabelecido que os quatro
concelhos do Douro Superior não poderiam candidatar-se
a projectos à AIBT do Douro, ao contrário
do que acontecia no Quadro Comunitário anterior.
Por isso, o presidente da Câmara de Foz Côa
afirma que os seus congéneres dos concelhos abrangidos
pela AIBT do Côa consideram que este processo não
afecta o "normal desenvolvimento do POCentro, tanto
mais que as verbas do FEDER (Fundo Europeu para o Desenvolvimento
Regional) adstritas, são-no a nível nacional
e não retiradas do POCentro". Sotero Ribeiro
sublinha que o quadro actual da sede da AIBT comporta
duas técnicas e um coordenador e que a extinção
da sua sede em Vila Nova de Foz Côa "representa
para todos os municípios, e em especial para Foz
Côa e respectivas populações, uma
profunda machadada em todo este processo iniciado em 1996
e que ainda não atingiu os seus frutos que a todos
foi prometido como que o Eldorado para o Vale do Côa".
O autarca apela ao presidente da Comissão de Coordenação
e do Desenvolvimento Regional do Centro que mantenha a
AIBT até ao final do actual Quadro Comunitário
de Apoio, "pois isso representa para as populações
capital importância em termos políticos e
sócio- económicos". Adianta que, em
caso de extinção da sede da AIBT do Côa,
o presidente "poderá ficar associado, em conjunto
com o actual Governo, à figura de coveiro definitivo
da Região e Património Mundial das Gravuras
do Côa".
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