Parado, com falta de
verbas e sem prazos para a sua conclusão. Assim
se encontra o projecto de remodelação e
ampliação do quartel dos Bombeiros Voluntários
da cidade. Trata-se de uma obra necessária e já
há algum tempo desejada pela corporação
e que ronda os cerca de 700 mil euros. No entanto, não
passa disso mesmo porque não há sinais de
resposta há cerca de quase quatro anos, tal como
Emídio Cardoso, presidente da direcção,
indica. "Já havia um estudo feito no ano de
1999 sobre o aumento do quartel. No ano seguinte, em 2000,
mandamos esse estudo para o Serviço Nacional de
Bombeiros". Isto para ver, como revela, "se
havia hipótese de viabilização financeira
através do Plano de Investimentos e Despesas de
Desenvolvimento da Administração Central
(PIDDAC)". Uma tentativa falhada, já que a
única resposta que obtiveram foi o acuso de recepção.
"Até hoje, não disseram nada, não
deram respostas. Receberam o documento porque tivemos
o aviso, mas não houve comentários",
conta o presidente um pouco desiludido.
Mas nem por isso a corporação dos "Soldados
da Paz" desistiu. Visto não terem encontrado
nenhum tipo de apoio do Poder Central e do Governo, a
direcção decidiu, então, recorrer
ao Poder Local, neste caso, à Câmara Municipal.
"Recorremos à autarquia porque, como membro
importante que é, talvez nos pudesse ajudar a resolver
o problema", continua. Mas a sorte parece não
estar do lado deste projecto. Desta vez, não por
falta de vontade por parte da autarquia, mas também
porque os meios financeiros são insuficientes.
De acordo com Cardoso, "a Câmara queria fazer
em concurso a concepção e a execução
deste projecto", mas, acrescenta, "como não
há cobertura financeira, está parado".
De qualquer modo, e como Cardoso sublinha, "a ideia
era a autarquia tomar como seu este projecto dos Bombeiros".
Mas não houve hipóteses de esta ideia ser
levada a cabo porque "os próprios projectos
da autarquia ultrapassaram as verbas disponíveis
de financiamento através do PIDDAC e outros apoios
externos", explica.
De facto, Emídio Cardoso reconhece que é
preciso verbas para que este projecto se ponha em prática.
E consciente do que se passa à sua volta, afirma:
"A evolução negativa financeira que
se despoletou e a crise que o País está
a atravessar, também não ajudam nada".
Também falta a auto-escada
A auto-escada é outro utensílio indispensável
para os Bombeiros, para além do processo de intenção
para ampliar do quartel. "Temos duas prioridades
que são pertinentes", destaca. "Não
só a remodelação e o aumento do quartel,
mas também, em termos operacionais, a compra da
auto-escada", evidencia. Uma plataforma fundamental
para a corporação e que ronda os 550 mil
euros.
Recorde-se que a plataforma é uma reclamação
já antiga dos "Soldados da Paz", tendo
sido já prometida por várias entidades.
Exemplo que ilustra esta situação é
a Assembleia de Freguesia de Santa Maria que, se tivesse
verbas para tal, teria dado a auto-escada aos Bombeiros
no passado Natal.
Deste modo, quando a direcção covilhanense
remeteu o projecto para a autarquia local, estabeleceu,
como prioridade o quartel. Isto "porque operacionalmente,
estávamos a contar com aquela Comissão que
ia comprar a plataforma para nos oferecer", frisa.
Com todos estes entraves, 2004 ainda não vai ser
o ano em que este projecto vai ver a sua concretização.
E, lamentando a situação, o responsável
pela direcção diz ao NC que "quando
há muito dinheiro envolvido, é mais difícil".
"Estou convencido que não vale a pena falar
tão cedo neste assunto até porque, este
ano, o projecto já está prejudicado",
confessa. No entanto, Emídio Cardoso
espera que para o próximo ano, o projecto já
tenha pernas - neste caso dinheiro - para andar. "Estou
com muita esperança que a Câmara consiga
fazer deste projecto uma realidade para que seja executado
em 2005", declara.
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