Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi


O presidente da diracção, Emídio Cardoso, espera que em 2005 o quartel possa ser ampliado

Parado, com falta de verbas e sem prazos para a sua conclusão. Assim se encontra o projecto de remodelação e ampliação do quartel dos Bombeiros Voluntários da cidade. Trata-se de uma obra necessária e já há algum tempo desejada pela corporação e que ronda os cerca de 700 mil euros. No entanto, não passa disso mesmo porque não há sinais de resposta há cerca de quase quatro anos, tal como Emídio Cardoso, presidente da direcção, indica. "Já havia um estudo feito no ano de 1999 sobre o aumento do quartel. No ano seguinte, em 2000, mandamos esse estudo para o Serviço Nacional de Bombeiros". Isto para ver, como revela, "se havia hipótese de viabilização financeira através do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC)". Uma tentativa falhada, já que a única resposta que obtiveram foi o acuso de recepção. "Até hoje, não disseram nada, não deram respostas. Receberam o documento porque tivemos o aviso, mas não houve comentários", conta o presidente um pouco desiludido.
Mas nem por isso a corporação dos "Soldados da Paz" desistiu. Visto não terem encontrado nenhum tipo de apoio do Poder Central e do Governo, a direcção decidiu, então, recorrer ao Poder Local, neste caso, à Câmara Municipal. "Recorremos à autarquia porque, como membro importante que é, talvez nos pudesse ajudar a resolver o problema", continua. Mas a sorte parece não estar do lado deste projecto. Desta vez, não por falta de vontade por parte da autarquia, mas também porque os meios financeiros são insuficientes.
De acordo com Cardoso, "a Câmara queria fazer em concurso a concepção e a execução deste projecto", mas, acrescenta, "como não há cobertura financeira, está parado". De qualquer modo, e como Cardoso sublinha, "a ideia era a autarquia tomar como seu este projecto dos Bombeiros". Mas não houve hipóteses de esta ideia ser levada a cabo porque "os próprios projectos da autarquia ultrapassaram as verbas disponíveis de financiamento através do PIDDAC e outros apoios externos", explica.
De facto, Emídio Cardoso reconhece que é preciso verbas para que este projecto se ponha em prática. E consciente do que se passa à sua volta, afirma: "A evolução negativa financeira que se despoletou e a crise que o País está a atravessar, também não ajudam nada".

Também falta a auto-escada

A auto-escada é outro utensílio indispensável para os Bombeiros, para além do processo de intenção para ampliar do quartel. "Temos duas prioridades que são pertinentes", destaca. "Não só a remodelação e o aumento do quartel, mas também, em termos operacionais, a compra da auto-escada", evidencia. Uma plataforma fundamental para a corporação e que ronda os 550 mil euros.
Recorde-se que a plataforma é uma reclamação já antiga dos "Soldados da Paz", tendo sido já prometida por várias entidades. Exemplo que ilustra esta situação é a Assembleia de Freguesia de Santa Maria que, se tivesse verbas para tal, teria dado a auto-escada aos Bombeiros no passado Natal.
Deste modo, quando a direcção covilhanense remeteu o projecto para a autarquia local, estabeleceu, como prioridade o quartel. Isto "porque operacionalmente, estávamos a contar com aquela Comissão que ia comprar a plataforma para nos oferecer", frisa.
Com todos estes entraves, 2004 ainda não vai ser o ano em que este projecto vai ver a sua concretização. E, lamentando a situação, o responsável pela direcção diz ao NC que "quando há muito dinheiro envolvido, é mais difícil". "Estou convencido que não vale a pena falar tão cedo neste assunto até porque, este ano, o projecto já está prejudicado", confessa. No entanto, Emídio Cardoso
espera que para o próximo ano, o projecto já tenha pernas - neste caso dinheiro - para andar. "Estou com muita esperança que a Câmara consiga fazer deste projecto uma realidade para que seja executado em 2005", declara.