Seia
Autarquia mantém cepticismo sobre solução
anunciada para o hospital
O presidente da Câmara
de Seia, Eduardo Brito, tem dúvidas que, dando
a autarquia o terreno, a construção do novo
hospital seja mais cara que reconstruir o antigo. E diz
mesmo que preferia esperar por 2010, mas ter uma nova
unidade.
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NC / Urbi et
Orbi
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A Câmara Municipal de Seia reuniu, extraordinariamente,
na última sexta feira, para analisar, exclusivamente,
a solução anunciada pelo Ministro da Saúde
para o Hospital de Seia, no decorrer de uma visita efectuada
por este à unidade hospitalar, onde defendeu a
demolição das instalações
mais antigas e a construção, no mesmo local,
de um edifício novo, uma intervenção
estimada em cerca de 5 milhões de euros.
O Presidente da Edilidade, Eduardo Brito, teve oportunidade,
em nome da câmara, de estabelecer um diálogo
com o Ministro, no decorrer de uma reunião interna
que ocorreu logo após a visita, expondo o ponto
de vista da autarquia.
Desde logo, o autarca manifestou a sua discordância
sobre a solução anunciada pelo Ministério.
“O que expressei é que tenho fortes dúvidas
que, dando a câmara o terreno, fazendo as infra-estruturas
adjacentes e os respectivos acessos, que não seja
muito mais caro essa construção”,
referiu. O cepticismo do autarca estende-se, ainda, ao
valor estimado da intervenção (5 milhões
de euros), que não acredita serem suficientes para
realizar essa operação, “mas só
depois de vermos o projecto é que esse raciocínio
se pode fazer”, acrescentou, esperando que a Administração
Regional de Saúde (ARS) do Centro dê a conhecer,
como se comprometeu, o projecto que vai ser executado.
Os argumentos utilizados pelo autarca, que sustentam a
sua discordância sobre a solução apresentada,
são de vária ordem, a começar pela
relação custo/benefício. “Gasta-se
muito dinheiro para tão pouco beneficio e nunca
teremos um edifício qualificado numa zona arejada
e livre”, exclamou. Por outro lado, adianta, “os
problemas de estacionamento vão continuar”.
Eduardo Brito defende que teria sido preferível
gastar algum dinheiro para rapidamente melhorar as condições
actuais, de modo a ganhar fôlego para um novo investimento.
Isto porque, admitindo que em 2004 se lança o projecto,
este vai executar-se ao longo de 2005 e o concurso lançado
no final desse ano, o que com alguns atrasos característicos,
levará a que em 2006 se concretize esta remodelação.
“Se o Sr. Ministro garantiu que se Seia quisesse
esperar por um novo hospital isso só aconteceria
em 2010, eu prefiro esta solução. Entre
finais de 2006 e 2010 há aqui uma diferença
de cerca de 3 anos, pelos quais valeria a pena a espera”,
sustenta.
Aliado crítico
Não perfilhando do mesmo ponto
de vista, no respeitante à solução
anunciada, a Câmara compromete-se a cooperar com
o Ministério, mas mantém-se na linha da
construção do edifício novo. Por
isso mesmo, vai manter disponível o terreno, admitindo
que, quando esse projecto estiver pronto e os custos mais
apurados, se possa chegar a essa conclusão.
Por enquanto, “vamos ser um aliado crítico
e que mantém uma reserva e discordância total
sobre a solução anunciada”, rematou
o presidente do município.
Por esclarecer está a posição da
ARS do Centro, que em 1999 emitiu um parecer que dizia
ser inviável qualquer remodelação
nas actuais instalações, defendo a construção
de um novo edifício, noutro local, servido de boas
acessibilidades e espaços de estacionamento, que
contrasta com a solução anunciada pelo Ministro.
Plano e Orçamento aprovado
A Câmara e Assembleia Municipal de Seia já
aprovaram as Grandes Opções do Plano e Plano
Plurianual de Investimentos para 2004, que está
orçado em 38,8 milhões de euros.
A rede viária e a conclusão de obras de
saneamento básico são as grandes prioridades
do documento.
Segundo Eduardo Brito este é um Plano marcado "pela
situação de grandes dificuldades financeiras
que resultam da política seguida pelo Governo".
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