Na parte da manhã
de ontem, David Justino visitou a Escola Básica
do 1º Ciclo de São Silvestre, sede do agrupamento
escolar na Covilhã. As crianças da escola
cantaram as “janeiras” ao ministro. Mas foram
também dirigidas algumas mensagens menos alegres
ao político.
A directora da escola, Anabela Oliveira, espera que a
visita de David Justino à cidade seja “um
sinal de investimento nas escolas do ensino básico
da região”. Uma certeza da directora é
que “não se pode ter hoje escolas como à
20 anos atrás, sendo necessário um maior
investimento em infra-estruturas”. A iniciação
do ensino de língua estrangeira e o primeiro contacto
com as novas tecnologias são “alguns dos
novos desafios postos às escolas”, defende
Anabela Oliveira, enfatizando que “só com
o empenho do Governo, autarquia, professores e pais se
pode caminhar para o futuro da educação
no País”.
O pedido mais urgente da directora é “material
para o novo espaço polivalente” da escola
básica. “Precisamos de todo o equipamento
necessário para que os nossos alunos possam praticar
desporto, como, por exemplo, bolas, arcos, colchões”,
conta Anabela Oliveira.
O ministro da Educação direccionou qualquer
possível resposta para a autarquia, uma vez que
“todas as escolas do 1º ciclo estão
dependentes dos municípios”.
Às queixas apresentadas pela escola, David Justino
contrapõe o “espírito de colaboração
com a autarquia no sentido de se poder resolver alguns
casos pontuais”. O ministro reconhece que “o
esforço feito pelo município da Covilhã
em torno da educação tem sido muito grande”,
por isso, também admite ser “altura do Ministério
da Educação poder corresponder no reconhecimento
desse esforço e encontrar com a autarquia melhores
soluções para os problemas” da rede
escolar do concelho.
Um outro desejo da directora da escola é o melhoramento
informático da escola, que dispõe “apenas
de quatro computadores para turmas de 20 alunos”.
O ideal para Anabela Oliveira seria haver uma aula com
“dois ou três computadores por aluno”.
Pais descontentes
Nuno Garcia, presidente da Associação de
Pais da Escola de São Silvestre, tinha algumas
críticas a apresentar ao ministro da Educação.
”Neste momento, não há participação
dos pais no agrupamento escolar. As possíveis contribuições
não estão a ser levadas em conta. Enquanto
pais achamos que temos uma palavra a dizer no que respeita
à educação dos nossos filhos, tal
como está consignado na lei”, manifesta .
Em Julho do ano passado, quando foram criados os agrupamentos
escolares, “os encarregados de educação
não foram ouvidos”, critica Nuno Garcia.
Para o presidente da Associação de Pais
“a escola não é uma instituição
dissociada do resto da comunidade”. Nuno Garcia
lamenta que o “ponto de vista de David Justino seja
não haver participação dos pais nos
órgãos de decisão escolares”.
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