”Entendo que há
uma tradição do ensino profissionalizante
em Portugal e que precisa de ser regenerado, recuperado
e relançado.” È com esta frase que David
Justino, ministro da Educação justifica a
sua visita, ontem, segunda feira, à Escola Secundária
Campos Melo (ESCM).
De acordo com o ministro da Educação “as
escolas do género da ESCM formaram muita gente qualificada
e vamos ter que recuperar parte da função
que esta escola teve nas tecnologias do futuro”.
Para David Justino “as escolas tem de responder às
necessidades que as regiões e os municípios
têm na formação de quadros” e,
por isso, defende que “os conteúdos de formação
devem responder à necessidade das condições
de mercado”.
“O lançamento do ensino profissionalizante
poderá passar por uma medida que já começou
a adoptar que é a tentativa de reforçar a
oferta de ensino profissional a partir do próximo
ano lectivo, quer a partir das escolas privadas, quer nas
escolas públicas que vão poder leccionar cursos
profissionais”, comunica o político.
Isabel Fael, presidente do Conselho Executivo da Escola
Secundária Campos Melo, recordou que fez ontem, dia
5, “exactamente” 120 anos da Sessão Extraordinária
da Câmara da Covilhã em que se decidiu a criação
da escola. “É por isso que estamos aqui reunidos”,
lembra Isabel Fael, agradecendo ao fundador da escola, José
Maria Veiga da Silva Campos Melo.
“A ESCM esforça-se por estar sempre em novos
projectos”. O protocolo assinado com a Universidade
da Beira Interior para a leccionação de cursos
de formação tecnológica direccionados
para as novas tecnologias é um dos exemplos dados
pela presidente do Conselho Executivo.
Uma novidade anunciada por Isabel Fael é a parceria
entre a ESCM e o Museu dos Lanifícios para a musealização
de várias peças existentes na escola com o
objectivo da criação do Museu Educativo no
espaço da ESCM, a ser aberto em Outubro próximo.
Propostas
Carlos Pinto foi um dos muitos alunos da ESCM. O presidente
da Câmara da Covilhã fez questão de
salientar que “as comemorações da
ESCM são também comemorações
da cidade”, já que “esta instituição
é muito importante para a cidade”.
O presidente da autarquia covilhanense classifica a ESCM
como “uma escola para a comunidade, não só
regional, mas também nacional”. “É
um bom exemplo de como em Portugal existem projectos bons,
com um percurso contínuo de qualidade”, elogia,
Carlos Pinto.
O edil lança um desafio ao ministro da Educação.
Pinto propõe a criação na Covilhã
de estruturas descentralizadas de decisão, já
que “actualmente é necessário deslocar-se
a Castelo Branco ou Coimbra para tratar de qualquer questão”.
Em resposta à proposta de Carlos Pinto, David Justino
falou de “construir com esta escola um futuro”.
Justino lembrou o que, na sua opinião, “
tem de bom uma escola do tipo da ESCM”. Qualificação
especifíca dos alunos e contribuição
para o desenvolvimento da Beira Interior” são
os principais destaques dados pelo ministro.
Para o futuro, David Justino acredita que a ESCM “pode
ajudar a resolver algumas questões essenciais,
como saber a forma de aumentar a qualidade do ensino ou
como ajudar os alunos a ganhar capacidade de se construírem
dia-a-dia face aos desafios que aparecem
A Câmara da Covilhã atribuiu à ESCM
pelos seus 120 anos de existência a Medalha de Ouro
de Mérito Municipal. “O maior galardão
de cultura e educação da autarquia”,
denota Carlos Pinto.
As comemorações do 120º aniversário
da ESCM começaram ontem e só vão
terminar no dia 16 de Dezembro, dia da primeira aula leccionada
na instituição de ensino.
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Num encontro com o ministro das Obras Públicas,
José Maria Veiga da Silva Campos
Melo, procurador à Junta Geral do
distrito, foi encarregado de solicitar à
Câmara Municipal da Covilhã
(CMC) “um edífício com
capacidades e cómodos para a instalação
das escolas de desenho, de mecânica
e de tinturaria aplicadas” destinado
`instrução da população
operária.
Foi a 5 de Janeiro de 1884, em sessão
extraordinária, que a CMC, “congratulando-se
por ver atendida uma das mais imperiosas
necessidades d’este município,
qual a da instrução profissional”,
deliberou pôr à disposição
um edifício destinado a este fim.
(adaptado da Acta da Sessão Extraordinária
da Câmara Municiapl da Covilhã)
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