Cinco milhões
de euros. É esta a verba que o ministério
da Saúde está disposto a investir na beneficiação
do Hospital de Seia. Foi esta a garantia deixada na passada
semana pelo Ministro da Saúde, Luís Filipe
Pereira, que visitou a cidade senense. Ou seja, quanto
à possibilidade de Seia ter um novo hospital, o
governante nada disse.
Luís Filipe Pereira garantiu que ia "descobrir
verbas" para fazer obras no velho hospital de Nossa
Senhora da Assunção, pois considera ser
"um caso urgente". O Ministro, quanto à
hipótese de construção de uma nova
infra-estrutura, refere que o mesmo só poderia
surgir, caso fosse incluído na calendarização
ministerial, em 2011, ou seja, Seia teria que esperar
mais sete anos.
O governante anunciou que o actual hospital vai beneficiar
de uma remodelação completa do piso inferior,
onde serão instalados novos serviços de
Urgência, novos meios laboratoriais e um bloco operatório
com duas salas. No primeiro piso será instalado
um módulo de internamento de cirurgia geral, prevendo-se
ainda a construção de um terceiro piso para
os internamentos. "Vamos resolver os problemas das
pessoas, criando condições nestas instalações.
No fundo, é um hospital novo" salienta o Ministro
da Saúde. Quanto ao concurso público para
as obras, diz Luís Filipe Pereira, tentar-se-à
"lançar no final do ano que vem, para iniciar
as obras no início de 2005".
O membro do Governo diz mesmo que com este processo o
que se pretende é que "as pessoas tenham condições
de ter os seus problemas resolvidos no máximo de
dois anos e meio" e que o fundamental neste questão,
"não é olhar para o betão, não
é olhar para os edifícios, mas o importante
é que as pessoas sejam bem tratadas e tenham condições
idênticas a um hospital moderno e eficiente".
"Um remendo" na velha estrutura
A verdade é que as palavras de Luís Filipe
Pereira, se por um lado agradaram a alguns, por outro
já foram alvo de críticas por parte de diversos
quadrantes da vida senense.
O presidente do Conselho de Administração
do Hospital, José Luís Vaz, diz que a preocupação
do Ministério "ficou explícita na necessidade
de rapidamente se encontrarem condições
para prestar cuidados de saúde condizentes com
a dignidade humana, dado o estado a que chegou a unidade".
Já os vereadores do PSD, que tinham suspendido
o mandato por causa do caso do hospital, já anunciaram
que irão reassumir as suas funções,
considerando que, "embora não satisfazendo
em pleno os desejos de um novo hospital, (as obras anunciadas)
perspectivam a existência de uma moderna unidade
de sáude".
Já Pina Moura, deputado do PS eleito pelo círculo
da Guarda, diz que esta não é a decisão
que os socialistas queriam e que "não foi
a decisão prometida pelo PSD na campanha eleitoral".
Pina Moura diz que é necessário discutir
e reflectir sobre o que será a remodelação
do actual hospital, saber que novas valências trará
e que novos serviços trará para a população.
Já o PCP de Seia diz que Luís Filipe Pereira
"fez gorar muitas expectativas" e que tanto
o PSD como o PS, na campanha eleitoral, tinham assumido
o compromisso de construção do novo hospital.
Quanto a Humberto Mota Veiga, do Movimento Cívico
para construção do Novo Hospital, afirma
que a solução anunciada pelo Ministro não
satisfaz a estutura que integra, sublinhando que aquilo
que se pretendeu, "que as populações
quiseram e por que lutaram era um novo edifício,
e não um remendo nas instalações
existentes". Por isso, o Movimento, a partir de Janeiro,
irá encetar novas iniciativas em prol da construção
de uma nova unidade.
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