A Câmara do Fundão
aprovou o maior orçamento de sempre: cerca de 62
milhões de euros
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Fundão
Aprovado Plano e maior
Orçamento de sempre
Executivo fala num
documento ambicioso, mas a bancada socialista duvida da
sua concretização e critica o recurso sistemático
ao individamento.
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Ana Ribeiro
Rodrigues
NC / Urbi et Orbi
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O Orçamento e as
Grandes Opções do Plano da Câmara Municipal
do Fundão foram aprovados na última Assembleia
Municipal, no sábado, 20. O maior orçamento
de sempre da autarquia, que ultrapassa os 62 milhões
de euros para 2004 e 2005, contou com a abstenção
dos dois deputados da CDU. O Plano foi aprovado com 50 votos
a favor e oito contra de alguns deputados socialistas da
concelhia do partido.
Segundo Manuel Frexes, presidente da edilidade, trata-se
de "um orçamento altamenta ambicioso".
Mas garante que o investimento proposto irá corresponder
a essa dimensão. O autarca frisa ainda que uma das
principais preocupações passa por "continuar
a dar resposta aos problemas básicos "herdados"
relacionados com o saneamento, as acessibilidades, as electrificações
ou as redes de água.
Manuel Frexes sublinha que os investidores voltaram a acreditar
no Fundão e por isso está na hora de olhar
para o futuro. "Lançámos as bases rumo
a um Fundão mais justo, mais moderno, mais desenvolvido",
salienta o presidente da autarquia. E é para dar
seguimento a essa estratégia que constam nas Grandes
Opções do Plano obras como a recuperação
da Moagem, do palácio do Picadeiro, da casa grande
da Barroca, a Biblioteca, o Museu arqueológico ou
o Parque Desportivo Municipal.
Abel Rodrigues, presidente da concelhia do PS, diz que este
é um Orçamento irrealista. "É
impossível realizar este volume de obra em dois anos.
Mas se por acaso isso viesse a acontecer a capacidade de
endividamento da Câmara ficaria nos limites e os futuros
executivos não vão ter qualquer margem de
manobra quanto a isso", salienta.
O líder da concelhia socialista diz que votou a aprovação
do Orçamento porque se trata de um documento meramente
técnico, que está bem elaborado deste ponto
de vista. Quanto ao Plano, onde estão plasmadas as
formas como se pretende pagar os projectos, votou contra
"por o investimento ser suportado por empréstimos".
"Embora concordemos que as obras são importantes,
o facto de se recorrer sistemáticamente ao endividamento
vai condicionar os futuros executivos", reitera.
Para Isaura Reis, da CDU, o documento está dentro
dos limites razoáveis para ser considerado aceitável.
Mas considera que incorre em alguns erros, como estar infacionado
e não indicar prioridades.
O autarca fundanense entende que este é o melhor
orçamento de sempre, "porque temos uma estratégia,
um rumo, porque estabelecemos metas e objectivos. "Sabemos
que este é o único caminho capaz de assegurar
estabilidade, prosperidade e maior justiça social
no nosso concelho", refere Manuel Frexes. Carlos são
Martinho, vice-presidente da autarquia, sublinhou que "é
um orçamento expansionista virado para o investimento".
Um aspecto para o qual também Frexes chama a atenção,
ao salientar as despesas de capital representam 72 por cento.
O socialista Alberto Almeida lembra que o anterior Plano
só foi cumprido em cerca de 50 por cento. "Acredito
que as despesas correntes vão ser gastas na totalidade,
mas não as despesas correntes", refere. E critica
ainda aquilo que considera serem os gastos internos excessivos:
"Parece que estamos no país do Sadam Hussein,
que construía muitos palácios e o povo vivia
na miséria. José Soares observa também
que as receitas não vão cobrir as despesas.
Na opinião do executivo "será uma grande
vitória para o Fundão se executar 30 milhões
em 2004 outro tanto em 2005".
A Assembleia Geral aprovou ainda, por unanimidade, a proposta
da Câmara para a contração de um empréstimo
no valor de 148 mil euros. Isaura Reis, na declaração
de voto, explicou que a CDU votou a favor apenas para não
inviabilizar as obras projectadas para a Barroca.
Outro ponto da ordem de trabalhos foi a discussão
da proposta da Câmara acerca do Imposto Municipal
sobre Imóveis, aprovado com 40 votos a favor, e os
votos contra da CDU e de oito deputados do PS.
Torcato Mendonça justificou o seu voto com o facto
de discordar das taxas de minoração e majoração.
"Eu não percebi o critério adoptado pela
Câmara, até porque a lei não está
suficiente explícita. A taxa de majoração
sobre os imóveis degradados pode criar desiquilíbrios
de ordem social. Uma pessoa idosa ou com poucos rendimentos
tem a casa degradada porque não tem dinheiro para
a recuperar. Devia haver uma política da Câmara
para criar incentivos a essa reabilitação
urbana, e isso não há", preconiza. O
deputado socialista acrescentou ainda: dentro desses critérios
de avaliação até a paisagem se vai
pagar, e nós não concordamos com isso aqui
na região".
Na reunião magna foi também aprovada a proposta
da Câmara para o Projecto de Reflorestação
dos Perímetros Florestais na Serra da Gardunha e
a os Estatutos da Sociedade Gestora para o mercado abastecedor
da Cova da Beira, ambas por unanimidade.
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