"Uma Comunidade
Urbana das Beiras que também tivesse Castelo Branco,
para mim, seria o ideal". Este desejo expresso pelo
presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto,
na passada sexta-feira, 12, na Assembleia Municipal, está
longe ( e é cada vez menos provável) de
se concretizar. É que, na terça-feira, 16,
o grupo de 13 municípios que já se tinham
unido para formar a Comunidade, viu os concelhos da Beira
Interior Norte rejeitar liminarmente a hipótese
de entrada de outros municípios situados a Sul
da Gardunha.
Recorde-se que, no passado dia 25 de Novembro, deu-se
mais um passo na constituição de uma Comunidade
Urbana na Região, com a Cova da Beira a unirem-se
a mais 10 municípios, a saber, Guarda, Almeida,
Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Manteigas,
Mêda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Penamacor. Na
altura, os 13 acordaram mesmo uma declaração
de intenções na qual se comprometiam a convidar
outros concelhos a integrar esta Comunidade. Amândio
Melo, anfitrião do encontro, dizia que não
estava posta de parte a hipótese de outros municípios
se associarem a este primeiro núcleo duro, mas
garantia que os actuais concelhos associados chegavam
para se constituir a Comunidade, pois "está
conseguido que tenha peso político e dimensão".
Ora foi esta a conclusão a que os autarcas dos
13 municípios chegaram, na terça-feira,
em Belmonte, avançando mesmo para a Comunidade
Urbana mesmo que mais ninguém se associe. Amândio
Melo diz que os requisitos para esta constituição
estão atingidos (como por exemplo, o número
de habitantes), mas o convite a outros municípios
a Sul da Beira Interior vai fazer-se, tal como a outros
localizados na Corda da Serra, como Gouveia, Seia, Fornos
de Algodres e Oliveira do Hospital. Porém, segundo
o presidente da Associação de Municípios
da Cova da Beira, José Manuel, será "difícil
passar da Gardunha para lá". O autarca de
Manteigas diz mesmo que os nove municípios da Beira
Interior Norte "não aceitam constituir uma
Comunidade Urbana que passa para Sul da Serra da Gardunha",
sublinhando que esta é "uma posição
definitiva". Biscaia salienta que "há
afectividades" entre a Covilhã e Guarda, entre
a Covilhã e Castelo Branco "tenho algumas
dúvidas", mas entre a cidade albicastrense
e a Guarda "há grandes diferenças".
No entanto, os municípios serão auscultados
na mesma, mas a partir da primeira semana de Janeiro,
altura em que se realiza mais um encontro, diz Amândio
Melo, "não haverá condições
para continuar a atrasar as coisas".
Seia deve "fugir" para Viseu
A verdade é que neste momento, um dos municípios
da zona da Serra da Estrela, Seia, está a repensar
o seu posicionamento no que toca ao novo modelo de gestão
administrativa do território. O presidente da Câmara
Municipal de Seia, Eduardo Brito, defendia a criação
de uma Comunidade Urbana em torno da Serra da Estrela,
principalmente com os municípios que formam o Parque
Natural, procurando, assim, "afirmar um território
que tem enormes potencialidades de desenvolvimento".
Porém, agora, "não havendo condições
favoráveis à sua criação",
o presidente da edilidade, Eduardo Brito, afirma que “o
posicionamento de Seia deve ser repensado e que todas
as opções estão em aberto”.
Seia irá agora avaliar os prós e contras
de várias propostas, sobretudo dois modelos que
estão em causa, a Comunidade Urbana das Beiras
(com municípios da Beira Interior e Cova da Beira),
"onde o município senense não se revê",
e a Comunidade Urbana de Viseu, "à qual não
fecha as portas".
Porém, Brito, defensor de um referendo popular,
diz que "os munícipes vão ser chamados
a pronunciarem-se", já a autarquia vai avançar
com um conjunto de iniciativas ao nível dos partidos,
instituições, associações
empresariais e comunidade em geral.
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