Aula aberta
de Sociologia da Cultura
“Mesa Redonda” reflecte sobre cultura
A cultura esteve em
debate no pólo 7 da Universidade da Beira Interior.
O evento contou com a presença de convidados ilustres:
Pedro Mexia, Maria José Oliveira e Ricardo Araújo
Pereira.
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Por Maria João
Canadas e Susana Gomes
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“Cultura: Produção, divulgação
e crítica” foi o tema central do debate “Mesa
Redonda”, organizado por José Carlos Venâncio
e Nuno Amaral Jerónimo, no âmbito da disciplina
de Sociologia da Cultura, integrada na licenciatura de
Sociologia.
O debate, realizado ontem, segunda feira, foi considerado
por Nuno Amaral Jerónimo como “uma aula aberta
a todos os alunos da universidade”. O debate contou
com a participação de alunos de várias
áreas, facto que ultrapassou as expectativas do
organizador.
Os convidados foram Maria José Oliveira, jornalista
da secção cultural do “Público”,
Pedro Mexia, poeta e critico literário do “Diário
de Notícias” e Ricardo Araújo Pereira,
guionista das “Produções Fictícias”.
Cada orador convidado abordou o “género cultural”
ao qual se dedica, baseando-se na produção,
divulgação e critica dos mesmos.
O poeta e crítico literário considera que
“a arte por excelência é a literatura”,
no entanto, considera que esta “vive numa espécie
de romantização, porque o escritor não
é encarado como profissional em relação
às outras ocupações”. Finaliza
a sua abordagem sobre a criação da produção
cultural, referindo que “a arte é sempre
individual e nunca é individual só por si”.
No que diz respeito à jornalista Maria José
Oliveira, evidencia o facto de “a arte com mais
conteúdo ser a menos procurada pela público”.
Levanta a questão da imaturidade da cultura, afirmando
que “este País é muito bebé,
porque ainda não há muito interesse na produção
cultural com qualidade”. Maria José Oliveira
critica ainda o facto de os bons programas, ou os mais
interessantes e considerados essenciais, passarem a horas
tardias na televisão.
Ricardo Araújo Pereira, guionista e humorista,
considera o humor uma forma de fazer cultura, porque “extravasa
os limites de um simples sketch televisivo”. Dá
o exemplo de Mark Twain, famoso escritor de “As
aventuras de Huckberry Finn”, afirmando que Twain
“escreveu magníficos textos humorísticos”,
e acrescenta que “quase todas as obras da literatura
têm uma componente humorística bastante forte”.
No final da palestra, João Pedro Jesus, aluno da
licenciatura de Marketing da UBI, manifestou-se completamente
satisfeito, focando as abordagens do seu ídolo
humorístico, Ricardo Araújo Pereira, afirmando
querer seguir esta área profissional., João
Pedro Jesus considera que o humor como cultura “nos
ensina bastante”, “brincando” com coisas
sérias, isto é, humor instrutivo.
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