Festival de
Teatro da Covilhã
Shakespeare com traços beirões
Na noite de 11 de Dezembro
foi possível assistir a mais um peça do
Festival de Teatro da Covilhã. Desta vez teve lugar
a peça “Eira dos Cães” da companhia
de Teatro Regional Serra de Montemuro. Um drama violento,
cheio de emoções, que tem como ponto de
partida o tão aclamado “MacBeth” de
Shakespeare.
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Por Helena Afonso
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A companhia de Teatro Regional Serra de Montemuro esteve
encarregue da noite de 11 de Dezembro, quarta feira, no
Festival de Teatro da Covilhã.
A peça apresentada, “Eira dos Cães”,
parte de “MacBeth” de Shakespeare, mas é
transportada para a Beira dos anos quarenta. Os ensaios
e construção de cenários para esta
peça demoraram apenas cerca de quatro a cinco semanas.
A obra é o retrato fiel de uma época muito
dura e de enorme pobreza, situação agravada
com a Segunda Guerra Mundial. Uma altura em que poucos
sobreviviam e a violência substituía a lei,
onde a ganância imperava e destruía todos.
“Uma história
de ganância numa serra que não perdoa”
Esta peça é um
drama muito intenso e emocional que, segundo o actor Abel
Duarte, “não pretende ensinar nada a ninguém”.
“As pessoas têm que tirar lições
por elas próprias”, defende. A peça
pode ter diversas mensagens, variando consoante os espectadores.
No entanto, este actor, revelou que, para ele, “a
mensagem mais importante era realmente o retrato de uma
situação real que se passou no nosso país
e que, portanto, fazia parte da nossa história”.
Uma noite de teatro com verdadeira intensidade e com momentos
de muita emoção.
A companhia de Teatro Regional Serra de Montemuro vem
de uma aldeia muito pequena, com cerca de 64 habitantes,
no concelho de Castro D’Aire e faz questão
de honrar a sua região. Como tal, todas as suas
peças mostram as suas raízes, com maiores
ou menores pormenores; transformando cenários e
linguagens de forma a retratar a realidade rural.
Desde 1995, ano em se tornaram profissionais, que tem
havido uma parceria com o Teatro das Beirãs. Abel
Duarte refere que “praticamente todos os anos a
companhia vem à Covilhã” e que são
sempre bem recebidos.
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