Cartão
do Idoso com novidades
Câmara faculta exame geral a idosos do concelho
Em colaboração
com a Sub-Região de Saúde e com o Hospital
a autarquia da Covilhã alargou os benefícios
do Cartão Municipal do Idoso à área
da saúde. Os seus portadores vão poder fazer
um "check-up" gratuito anual.
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Ana Ribeiro Rodrigues
NC / Urbi et Orbi
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Os dez mil idosos do concelho da Covilhã detentores
do Cartão Municipal do Idoso (CMI) vão ter
a possibilidade de fazer todos os anos um exame geral
(Check-up) gratuito. Segundo Carlos Pinto, presidente
da Câmara Municipal da Covilhã, trata-se
de "organizar uma forma de medicina preventiva e
profiláctica que no fundo conduz aqueles que mais
precisam a serem assistidos não apenas na medicina
curativa mas também na preventiva". Esta medida,
que andava a ser negociada há mais de um ano e
meio, vem dar forma ao desejo manifestado pela autarquia
de alargar os benefícios do CMI também à
área da saúde. O acordo de colaboração
entre a Câmara, a Sub-Região de Saúde
e o Cento Hospitalar Cova da Beira (CHCB) foi assinado
no sábado, 6, perante os quase três mil idosos
que se encontravam no almoço de Natal do CMI, no
pavilhão da ANIL.
As pessoas com mais de 65 anos que constam na base de
dados do Cartão Municipal do Idoso vão receber
uma nota em casa com o dia e hora em que se devem apresentar
no Centro de Saúde para serem consultados pelo
médico de famíllia. As notificações
para esse exame geral de rotina vão ser feitas
de acordo com uma calendarização estudada,
"para que não haja rupturas no sistema e para
que todos fiquem satisfeitos", sublinha Carlos Pinto.
O autarca espera que todos possam ser chamados no decorrer
do próximo ano, mas admite que alguns possam ter
recursos para não necessitar deste apoio, "embora
seja uma pequena fracção", sublinha.
Miguel Castelo Branco, presidente do Concelho de Administração
do CHCB, explica que não se prevê que venham
a ser as dez mil pessoas a ter necessidade de passar pelo
hospital. "A avaliação preventiva será
feita no Centro de Saúde. Os idosos são
convidados a ir ao Centro de Saúde para fazer uma
avaliação de cuidados de saúde. Aqueles
que precisarem de cuidados diferenciados é que
serão enviados para a equipa multidisciplinar criada
no hospital", esclarece.
É a essa equipa multidisciplinar criada no âmbito
deste acordo, com um mínimo de sete a oito pessoas,
que cabe fazer a avaliação do idoso e também
dar o suporte "para criar uma situação
conglomerada para os problemas das pessoas", refere
Miguel Castelo Branco. Os grupos de doenças mais
esperadas são as neurológicas e ortopédicas.
E é nessa perspectiva que está a ser feita
a organização, para dar resposta a essas
necessidades.
Iniciativa pioneira
Fernando Andrade, presidente da Administração
Regional de Saúde (ARS)
garante que as entidades estão prontas para receber
os idosos. Este responsável salienta que o encaminhamento
será feito pela estrutura de saúde e não
pelo doente, que os exames ou consultas necessárias
serão marcadas pela equipa e acrescenta que "o
idoso só terá que conseguir cumprir o que
se lhe pede". À Câmara, para além
de enviar para casa das pessoas a indicação
com o dia e hora em que devem comparecer, cabe-lhe também,
se necessário, ir buscar e levar os idosos ao domicílio
para irem à consulta. "Com esta iniciativa
estamos a ir buscar idosos que de outra forma não
iriam ao Centro de Saúde. Estamos a ir ao encontro
deles", refere o responsável da ARS.
Carlos Pinto diz que uma das questões que demorou
mais este processo foi encontrar uma forma de financiamento
que não sobrecarregasse o erário municipal.
Os custos do protocolo irão ser suportados pelo
Serviço Nacional de Saúde, mas Fernando
Andrade afirma que não está ainda calculado
quanto se vai gastar com esta acção.
Esta é uma iniciativa sem precedentes em Portugal,
embora já seja feito há muito em vários
países. "Na Europa o poder local há
muito que tem uma intervenção na prestação
de cuidados de saúde e não apenas na construção
física de instalações. Em Portugal
isso não tem acontecido", sublinha Carlos
Pinto, que justifica com este facto as desconfianças
com que foi olhado o modelo a adoptar.
Cinco anos após a implementação do
Cartão Municipal do Idoso no concelho da Covilhã
o presidente da autarquia pretende avançar para
um outro acordo na área da medicina dentária,
caso este corra bem.
A maioria dos idosos presentes no almoço oferecido
pela Câmara não tinha ainda ouvido falar
do protocolo e muitos não perceberam exactamente
em que consistia, mas mostraram-se satisfeitos com a ideia
de poderem aceder a mais um serviço no domínio
da saúde ao seu dispor.
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