Adeus
Lenine!
de Wolfgang Becker
A tragicomédia “Adeus
Lenine!” veio reforçar uma tendência
que já se nota, há algum tempo, na sociedade
alemã: a nostalgia do Leste alemão. Mais
odiada que amada pelos alemães enquanto existiu,
a Alemanha Oriental significou ditadura e privações
económicas para os cidadãos do Leste e simbolizou
a 'ameaça comunista' para a maior parte dos alemães
ocidentais.
A chamada 'Ostalgie' (um neologismo alemão criado
a partir das palavras 'Ost' - leste - e 'Nostalgie' -
nostalgia) apresenta facetas curiosas. A primeira delas
é o facto de que se disseminou não apenas
no antigo lado oriental da Alemanha, mas em parte até
mesmo entre os alemães ocidentais que nunca viveram
sob o regime comunista alemão e sempre rejeitavam
antes tudo o que se relacionasse com a RDA. Agora, os
produtos da antiga Alemanha comunista estão a ser
recriados e comercializados, por exemplo, na Baviera e
em Baden-Württemberg, os Estados que são considerados
os mais bem sucedidos modelos do capitalismo alemão.
A acção de "Good bye, Lenin - Adeus
Lenine!" ocorre no Outono de 1989, em pleno processo
de dissolução da antiga RDA. Precisamente
no dia do 40º aniversário da nação,
Christiane Kerner sofre um ataque cardíaco e entra
em coma profundo. A mãe de dois filhos perde as
mudanças políticas do seu país, tanto
como as mudanças sentimentais do seu filho Alex,
de 21 anos de idade. Este apaixona-se por uma enfermeira,
que se torna a principal motivação para
as suas frequentes visitas ao hospital. Oito meses mais
tarde, para surpresa de toda a família e dos médicos,
Christiane desperta do seu coma. Mas o seu país
mudou radicalmente e ela desperta numa Alemanha capitalista.
Coisa de que não deverá inteirar-se, já
que o seu coração não suportaria
tal choque, opinam os médicos. É assim que
Alex decide ocultar a verdade dos factos políticos
à sua mãe e vale-se de todo o tipo de artimanhas
para reconstruir a República Democrática
Alemã nos 79 metros quadrados do seu apartamento.
[ver site oficial]
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