Grupo de actores da companhia de teatro Cendrev
Marionetas na Covilhã
“Bonecos de Santo Aleixo” enchem sala

Um espectáculo rico em cenas cómicos e pequenas surpresas traz ao público momentos de interacção e descontracção.


Por Vânia Pereira


O GICC -Teatro das Beiras alojou na passada quinta feira, 4, os “Bonecos de Aleixo”. As marionetas tradicionais do Alentejo são manipuladas pela companhia de teatro Cendrev, uma companhia de actores profissionais. A peça integra-se no Festival de Teatro da Covilhã, que se realiza do dia 1 ao dia 13 deste mês.
A peça apresentada foi escolhida em atenção à época do ano, o Natal. Inicia-se com o “Baile dos Anjinhos” e conta pequenas histórias, entre as quais o “Auto do nascimento do menino Jesus” e o “Passo do Barbeiro”. O espectáculo termina com uma tourada. Durante a representação encontra-se leituras populares de histórias bíblicas.
A peça caracteriza-se por uma grande interacção com o público. É representada por cinco actores, embora ao público pareçam mais de dez.
Os “Bonecos de Santo Aleixo” são marionetas de varão manipuladas por cima, com um ou dois arames, e existem desde o século XVIII. Mas com o aparecimento da rádio, da televisão, do cinema e outras formas de diversão os bonecos perderam importância. Actualmente assiste-se a um renovar da sua importância como espectáculo de entretenimento “a prova disso é a reacção do público ao espectáculo”, como nos diz um dos manipuladores dos bonecos.
O espectáculo é uma reprodução da cultura tradicional do Alentejo. Esta família de bonecos é composta por 75 bonecos, na peça “Bonecos de Aleixo” entraram mais de 30. Os bonecos possuem a particularidade de terem uma dimensão pequena, de 20 a 40 centímetros, e de se apresentarem ao público num retábulo, que é um pequeno palco construído em madeira e coberto por tecidos floridos. Actualmente, são propriedade do Centro Cultural de Évora e estão expostos no Teatro Garcia Resende. A companhia de teatro Cendrev trabalha com réplicas e fez a recuperação das histórias e do espectáculo com a colaboração do último mestre, António Talhinhas.