A Universidade da Beira
Interior (UBI) vai ter, a partir do ano lectivo de 2004/2005,
mais 39 vagas na licenciatura em Medicina, a juntar às
61 já existentes. O anúncio foi feito no passado
dia 18, terça feira, pela ministra da Ciência
e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, após
uma reunião entre a tutela e o Grupo de Missão
para a Saúde. Esta medida pretende ajudar a resolver
algumas das carências de pessoal médico que,
a médio prazo, se farão sentir no País.
O reitor da UBI, Santos Silva, mostra-se satisfeito com
o facto de ter sido possível “criar as condições
para o maior número de alunos em instalações
provisórias”. Santos Silva realça o
facto de “a licenciatura ter sido preparada para receber
esse número de alunos quando as novas instalações
da FCS estiverem prontas”. O prazo apontado para o
início da utilização do novo edifício
junto ao Hospital Pêro da Covilhã é
Outubro de 2005.
“As instalações da Faculdade de Ciências
da Saúde (FCS) estão preparadas para receber
cem novos alunos no próximo ano”, garante João
Queiroz, presidente da FCS. Como exemplo, lembra a existência
de “uma sala de auto-aprendizagem, com cem computadores
disponíveis, e de salas de tutorias suficientes”.
João Queiroz louva a iniciativa do Governo, porque
“falando de modo genérico, é necessário
formar mais médicos”. A Ordem dos Médicos
é da mesma opinião. Em comunicado, alertam
para a possível falta de médicos de clínica
geral e medicina interna em 2010. Hoje, existem em Portugal,
24 mil 479 médicos especialistas, sendo que mais
de 10 mil têm entre 46 e 55 anos, idade a partir da
qual não são obrigados, por lei, a fazer serviço
de urgência.
Segundo dados apurados pelo Grupo de Missão para
a Saúde, as estimativas apontam para que, dentro
de alguns anos, o número de médicos aposentados
exceda o de licenciados. É este cenário que
leva o MCES a complementar o aumento de vagas.
Nas outras instituições onde existe a licenciatura,
o reforço será ainda maior. A Universidade
do Minho vai ter mais 50 vagas e os cursos mais antigos
- Coimbra, Lisboa, Nova de Lisboa e os dois do Porto –devem
registar um aumento global de “pelo menos cem vagas”
em relação a 2003, diz fonte do MCES à
Lusa. No total, para o próximo ano lectivo, os candidatos
a Medicina poderão contar, no mínimo, com
mais 289 vagas no ensino superior público.
Acordo com hospitais da região
Na passada sexta feira, 21, reuniram-se responsáveis
da FCS, directores dos hospitais da Covilhã, Guarda
e Castelo Branco, e de cinco centros de saúde (Covilhã,
Guarda, Castelo Branco, Belmonte e Fundão). A reunião
serviu para “consolidar a articulação
entre a faculdade e as diversas instituições
de saúde”, explica o presidente da FCS, João
Queiroz. Do encontro saiu o plano de estudos para os futuros
alunos do quarto ano da licenciatura e a escolha de um
médico por hospital, que estará encarregue
de fazer a articulação entre os vários
organismos envolvidos na aprendizagem dos futuros médicos.
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