A Associação
Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI)
marcou para hoje, terça feira, mais uma manifestação,
em protesto pelo valor da propina. A iniciativa é
feita em conjunto com associações de estudantes
do Ensino Superior de todo o País.
”O objectivo da manifestação é,
mais uma vez, chamar a atenção para o problema
por resolver das propinas”, adianta Luís Franco,
presidente da AAUBI.
“Enquanto o valor da propina não baixar, vamos
continuar com os protestos”, garante. A partir das
14 horas haverá concentração de estudantes
no Pólo I e no Pólo IV (Ernesto Cruz). Em
seguida, os dois grupos vão “marchar em direcção
ao centro da Covilhã para mostrar a união
de toda a Academia”.
Santos Silva, reitor da UBI, deixa claro que a manifestação
“é um direito civil”. No entanto, o responsável
máximo pela instituição faz questão
de esclarecer que “existe uma lei (Lei de Bases do
Financiamento do Ensino Superior) que estabelece a competência
da atribuição do valor da propina. As propinas
não são da responsabilidade do Reitor, mas
de quem faz as leis”, conclui.
“Os estudantes bolseiros não deviam
pagar qualquer propina”
O financiamento da Acção Social é
um dos principais alvos do protesto. “A falta de
financiamento nesta área é notória”,
defende Luís Franco, para quem a decisão
da ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria
da Graça Carvalho, de estabelecer o pagamento da
propina mínima (463 euros) para alunos bolseiros,
é “insuficiente”. “Os estudantes
bolseiros não deviam pagar qualquer propina”,
argumenta o dirigente estudantil.
No folheto de anúncio da manifestação
de hoje há um apelo à comunidade estudantil
para o não pagamento da propina. São apresentadas
três razões para a defesa de tal posição:
a apologia de que “o financiamento das instituições
deve estar a cargo do Estado”, a crença de
“ainda ser possível revogar a lei que fixou
este valor das propinas” e a falta de regulamentação
da nova fórmula de cálculo das bolsas, o
que, para a AAUBI, implica “um novo processo de
candidatura com a atribuição de novas bolsas”.
Em comentário ao apelo, Santos Silva apenas refere
que “nenhum cidadão se pode sobrepor à
lei”. Aos estudantes deixa a mensagem de que “é
preciso interiorizar que a lei existente, quer seja boa
ou má, tem de ser cumprida”.
Para amanhã, quarta feira, está marcado
um novo luto académico, depois do realizado no
passado dia 19.
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