Poucas bandas rock nascidas no dealbar da década
de 80 conseguiram sobreviver ao sucesso dos primeiros
álbuns, à efemeridade das modas
e dos estilos e à avidez da indústria
discográfica tão bem como os R.E.M..
Os U2, da mesma geração, serão
a outra excepção. O segredo, afinal,
não é segredo nenhum para quem acompanha
a evolução da banda de Athens, Geórgia.
E “evolução” é
mesmo a palavra certa. Ao longo dos tempos, os
R.E.M, sem nunca abandonar uma certa predisposição
para a intervenção e para o inconformismo,
“meteram a pata” em todo o lado -
do registo acústico à electrónica,
passando pela pop e pelo lado mais pesado do rock.
“In Time 1988-2003” é historial
da banda norte-americana na segunda fase da sua
vida. Os anos da “Warner” depois de
seis discos editados sob a etiqueta IRS.
Um “best of…”, por norma, costuma
ser um disco aborrecido para os fãs. Quem
gosta já tem mas acaba por comprar porque
até tem duas músicas novas e uma
ou outra remistura. “In Time” não
foge à regra. Para além de “Bad
day” e “Animal”, todas as outras
faixas foram extraídas dos sete albuns
editados durante os últimos 15 anos. Por
isso, o concelho deste fã, é a opção
pela edição especial, que inclui
um segundo disco de raridades e lados B. Uma compilação
de 15 pequenos tesouros: performances ao vivo
de “Turn you inside out”, “Drive”
ou “Country Feedback”, versões
alternativas de “Leave” e “Why
not Smile”, demos de “Lifting”
e “Beat a drum”, e inéditos
como “Chance” e “2JN”,
para além de temas gravados de propósito
para alguns filmes.
Uma edição, mesmo, especial a não
perder.