La
Finestra di Fronte
de Ferzan Ozpetek
Por Sónia Almeida
Dirigido por Ferzan Ozpetek, “La Finestra
di Fronte” é a quarta longa-metragem do cineasta
turco-italiano.
Sobe o pano, escurece a sala… e o espectador é
transportado para a Roma de 1943, ano em que as tropas
nazis invadem a Itália, pelo Norte, matando e acossando
inúmeros judeus a seu passo (no entanto, o pano
de fundo da obra só mais tarde será desvendado
pela assistência). Segue-se uma luta cruel entre
dois homens no interior de uma padaria, e, de novo, o
espectador é convidado a viajar no tempo, desta
feita até à Roma contemporânea. Aqui,
os protagonistas são introduzidos: um casal jovem
– Giovanna e Filippo – com dois filhos e um
homem velho acometido por uma amnésia – Davide.
Giovanna esconde um segredo: ama o vizinho, Lorenzo. Noite
após noite, o desejo arrebata-a, as frustrações
de nove anos de um casamento rotineiro emergem, dando
lugar à decepção.
A estadia de Davide em sua casa e a descoberta dos dramas
que o atormentam instigam-na a viver o que não
vivera, bem como a correr atrás do que sempre ansiara
para si – ser amada, a paixão, o desejo…
Todavia, vendo-se asfixiada pelas convenções
sociais da época, que ditam a preocupação
com os que a rodeiam em detrimento de si, a jovem compreende
o que a une ao idoso que acolhe em casa.
Premiado com cinco Donatellos, os mais prestigiados prémios
do cinema italiano, «La Finestra di Fronte»
apresenta-se como uma película que espelha sentimentos
e desperta emoções, assim como se revela
um importante documento sobre a problemática do
ser humano enquanto ser afectivo, inserido numa dada comunidade
que se rege por um, conjunto de normas sociais.
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