Manuel
José Santos Silva, reitor da Universidade da Beira
Interior (UBI) foi reeleito para cumprir um terceiro mandato
como dirigente máximo da instituição.
O processo decorreu, ontem, segunda feira, em Assembleia
da Universidade.
A reeleição ocorreu na Assembleia da Universidade
que reúne docentes, funcionários e alunos
da UBI. Ao todo 138 elementos, sendo a eleição
por voto secreto. Os resultados da votação
demonstram o apoio a Santos Silva. De 102 votos, houve
86 a favor, 13 em branco e 3 votos considerados nulos.
O mandato, em curso, de Santos Silva termina a 4 de Fevereiro
do próximo ano. Para o terceiro mandato, o reitor
vai fazer algumas modificações na equipa
que o acompanha. Para além de Mário Raposo
e Luís Carrilho, os actuais vice-reitores, haverá
um terceiro, João Queiroz (actual pró-reitor
para a avaliação). A ligação
aos países africanos de expressão portuguesa
é “um laço a manter e fomentar”,
por isso Santos Silva vai lançar novamente o convite
a José Carlos Venâncio para desempenhar o
cargo de pró-reitor para os País Africanos
de Língua Oficial Portuguesa. Uma novidade é
o anúncio de um vice-reitor para o desenvolvimento
da qualidade de ensino na UBI. Nesta área, não
foi adiantado qualquer nome.
O grande desafio que a Universidade tem pela frente, de
acordo com o reitor, é “a transformação
da universidade para integrar a Europa, acompanhando a
Declaração de Bolonha”.
O reitor lembra a importância da responsabilidade
comum do ensino. “Todos são responsáveis
pelo processo de aprendizagem, tanto os docentes como
os alunos”, refere. O responsável máximo
pela instituição lamenta “a baixa
taxa de frequência na UBI, como em outras universidades”,
mas relembra a tentativa de se mudar a forma de ensino.
Os exemplos apontados são a licenciatura de Medicina
e, a partir deste ano lectivo, Arquitectura. O alargamento
do método a todas as licenciaturas da UBI é,
para Santos Silva, “algo que decorrerá de
forma progressiva e natural com a aplicação
da Declaração de Bolonha”.
A uniformização do ensino superior por toda
a União Europeia, o chamado Processo de Bolonha,
constitui, para o reitor da UBI, “uma mudança
radical para as universidades”. “A aprendizagem
deixa de estar centrada no professor para estar centrada
no aluno”, explica. Santos Silva considera ser “um
grande desafio para o futuro”, já que “um
dos grandes problemas do País é a falta
de formação superior”.
A constante evolução é outra das
bandeiras de campanha de Santos Silva. “A procura
da UBI tem crescido nos últimos anos, mas não
se pode ficar especado a «dormir». Tem de
haver evolução em vários campos”,
advoga.
Toda a informação sobre o programa do próximo
mandato do reitor da UBI pode ser encontrada no documento
“Afirmação da Universidade pela Qualidade
e pela Excelência”, em que se apresenta a
recandidatura, disponível no sítio electrónico
www.ubi.pt.
Luís Franco, presidente da Associação
Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI),
congratulou-se pela reeleição de Santos
Silva, “porque tem feito um bom trabalho na UBI”.
O dirigente estudantil lamenta haver apenas um candidato,
mas pensa que “se houvesse outros candidatos, provavelmente
a decisão da Assembleia seria a mesma”. A
AAUBI é a favor do reitor, uma vez que, “tendo
em conta as alternativas, não se perspectiva um
melhor candidato”, conclui.
Santos Silva deixou no ar o desejo de “ter saúde
daqui por quatro anos, para estar presente numa eleição
em que exista outros candidatos”.
Após a conclusão da Assembleia da Universidade,
houve tempo para debate e alguns anúncios.
Maria Graça Carvalho, ministra da Ciência
e do Ensino Superior, aprovou, na passada terça
feira, 11, a abertura do concurso público de construção
do futuro Complexo de Ciências de Desporto. A infra-estrutura
de apoio ao Departamento de Ciências de Desporto
vai custar um milhão de euros e tem Janeiro de
2004 como data prevista de início da obra. O reitor
conta com a abertura do concurso da obra “ainda
esta semana”. Uma outra construção
arranca no primeiro mês do próximo ano. O
novo edifício da Faculdade de Ciências da
Saúde vai surgir junto ao Hospital Pêro da
Covilhã. A obra está já adjudicada,
após um concurso onde concorreram 12 projectos.
De momento, decorre o período de audição
de todos os concorrentes, terminando a 25 de Novembro.
A expansão do pólo IV é também
uma meta de Santos Silva. “O espaço por aluno
é muito reduzido, apenas 0,8 metros por aluno”,
afirma. O reitor promete “uma aposta para aquele
pólo”. O edifício e o projecto preliminar
já estão disponíveis, através
de receitas próprias da UBI. Agora, a instituição
aguarda por financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional (FEDER) para abrir o concurso de adjudicação
da empreitada.
Uma das garantias deixadas pelo reitor é a finalização
da residência universitária Pedro Álvares
Cabral ainda durante o ano lectivo de 2003/2004. A data
de inauguração do edifício que vai
servir o Pólo IV da UBI tinha sido marcada para
Outubro passado, mas “houve atrasos de financiamento
e também da empresa construtora”, justifica
Santos Silva.