Projecto piloto
Combate à solidão estende-se por todo o concelho


Combater a solidão, através de uma experiência piloto, é o que vai ser feito por todo o concelho da Covilhã. Sendo o isolamento uma forma de pobreza, aqueles que estão sós vão ter alguém diariamente, nem que seja só para conversar.

Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi


O projecto piloto, na freguesia de Santa Maria, de apoio a famílias isoladas vai ser alargado a todo o concelho. A garantia foi dada por Carlos Pinto, presidente da autarquia covilhanense, na passada sexta-feira, 7, no colóquio "Como lidar com as novas formas de pobreza", integrado nas comemorações do centésimo aniversário da Conferência de São Vicente de Paulo, na Covilhã. Trata-se de "uma experiência na cidade, para que se alcance, a breve prazo, uma situação em que as pessoas sós, tenham alguém diariamente a bater-lhes à porta, quer seja para conversar, quer para lhes dar um medicamento" e sobretudo "para lhes dar, na perspectiva de avaliação e abordagem destes problemas, esperança e alegria", enfatiza o autarca.
Segundo o edil, este alargamento vai ser feito através de "um balanço das acções que têm sido desenvolvidas pela Junta de Freguesia de Santa Maria, para assegurar que as pessoas isoladas tenham os cuidados que necessitam, através da junção entre a Câmara e as Juntas respectivas", explica, sem deixar de enaltecer o seu desejo em ver esta experiência piloto concedida. "Gostaria muito que até ao final do mandato, este serviço estivesse estabelecido, se não em todas as freguesias do concelho, pelo menos em boa parte delas".
Este projecto já havia sido lançado o ano passado em Santa Maria, em que a autarquia e a Junta de Freguesia contrataram duas técnicas, responsáveis pelo acompanhamento de agregados familiares, numa situação de isolamento. O serviço piloto para combater todos aqueles que se encontram sós, surgiu após um levantamento feito pelo Projecto ReAgir, no qual 40 residentes na freguesia sofriam de graves problemas de isolamento. Para o presidente, "é um erro pensar-se que o subsídio resolve tudo". Desta forma, e no seu entender, "tem que se levar cada vez em diante uma proximidade com as pessoas que têm necessidades, sem esquecer os problemas da habitação, mobilidade, saúde e lazer". A autarquia covilhanense está ainda a trabalhar no domínio da prevenção. "O protocolo a que iremos chegar com a Administração Geral de Saúde, vai permitir que os nossos idosos possam, anualmente, ter um "chek-up" gratuito, para que se possa intervir na prevenção de forma inovadora". No entanto, é algo que não tem sido fácil porque "é um universo muito grande e envolve custos significativos", revela. Ainda sim, o edil espera que esta prevenção possa estar aberta aos idoso ainda este ano.