Novos professores catedráticos
Alcançar o topo da carreira académica

O URBI foi conhecer os mais recentes professores catedráticos da UBI. Carlos Cabrita, com cátedra em Engenharia Electrotécnica, e João Queiroz, com cátedra em Bioquímica, mostram as suas participações e desenvolvimentos académicos.


Por Daniel Sousa e Silva




“Só com uma evolução acelerada, mas sustentada, do corpo docente é que a UBI se pode distinguir pela qualidade.”
Carlos Cabrita tem 52 anos. O professor catedrático licenciou-se em 1976, em Engenharia Electrotécnica, ramo de Energia e Sistemas de Potência, no Instituto Superior Técnico de Lisboa (IST).
Vai trabalhar para os Caminhos-de-Ferro durante dois anos, num estágio, entre 1977 e 1978. Nessa empresa, é colocado na parte da manutenção de material circulante e aproveita “para fazer alguma investigação na área dos motores eléctricos de tracção”, conta.
Em 1978, ingressa como docente no IST, onde permanece durante 18 anos. O seu doutoramento, apresentado em 1988, no IST, versou sobre o accionamento das máquinas lineares de tracção eléctrica.
A sua vinda para a UBI deu-se no final de 1996, como professor auxiliar. Em 2001, presta provas de agregação, na UBI, sobre a mesma área científica do seu doutoramento.
Em termos de publicações, Carlos Cabrita terá 20 livros, que classifica “de carácter pedagógico de apoio aos alunos”, quando terminar a obra que tem actualmente em curso. Os temas das publicações são variados, desde o desenho técnico ao cálculo de máquinas eléctricas, passando pela computação gráfica, entre outros. Tem mais de 130 comunicações e artigos em revistas e actas de conferências nacionais e internacionais. Hoje, Cabrita escreve, juntamente com um colega da Universidade, duas obras técnicas em língua inglesa, com o objectivo de “serem publicadas por uma editora de expressão inglesa, para poderem ter uma dispersão internacional”.
Ao longo da sua carreira de docente, já leccionou mais de uma dezena e meia de disciplinas, em licenciatura e mestrado. Desenho Técnico, Máquinas Eléctricas e Electrónica de Potência são exemplos de disciplinas que Carlos Cabrita já teve a seu cargo. O professor catedrático é membro da Ordem dos Engenheiros há 25 anos, em 1989 obteve o grau sénior e o ano passado foi-lhe atribuído o título de especialista em energia.
”Desde que iniciei a minha carreira de docente, não houve um ano em que não tivesse cargos de gestão e administração”, confessa. Entre 1998 e 2000, foi o director de curso de Engenharia Electromecânica. É eleito presidente do Departamento de Engenharia Electromecânica em 2000, terminando o mandato em 2002. Agora, Carlos Cabrita é membro do Senado da UBI e, por nomeação reitoral, pertence ao Conselho Científico e Tecnológico do Parkurbis. “Todos devem participar na gestão da instituição, porque esta faz-se com pessoas”, reitera.
Uma das grandes esperanças de Carlos Cabrita é o Parkurbis, projecto em que a UBI é parceiro estratégico. “Era óptimo se se conseguisse criar na região micro-empresas de base tecnológica”, defende.


”Gostava que a UBI se continuasse a afirmar pela qualidade e pela diferença, tanto na investigação como no ensino.

João Queiroz

João Queiroz iniciou o seu percurso académico em Coimbra, formando-se em Bioquímica, em 1986. Nesse mesmo ano, veio para a UBI como assistente estagiário do Departamento de Química. Durante vários anos, foi representante do corpo de assistente no mesmo departamento.
Conclui em 1991 mestrado de Engenharia Bioquímica pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Continua na UBI como docente e, em 1996, apresenta a sua tese de doutoramento sobre a purificação de biomoléculas. A mesma matéria serve de base para a elaboração da prova de agregação, que vê aprovada em 2002, na UBI.
Os cargos administrativos foram algo a que João Queiroz não se inibiu. De 1996 a 1998, foi secretário do Conselho Científico da UBI. É director do curso de Bioquímica desde 1998 e presidiu ao Departamento de Química da instituição entre 1998 e 2002. Actualmente, faz parte da Secção Pedagógica das Ciências Exactas e já participou em diversas comissões relacionadas com o sucesso escolar. João Queiroz é, desde 2000, pró-reitor da UBI para a avaliação e, mais recentemente, também para a instalação da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). O ano passado tornou-se o presidente da FCS e, em simultâneo, responsável pelo Centro de Investigação em Ciências da Saúde da FCS. “Tentou-se criar uma faculdade diferente das já existentes no País e, por enquanto, está a ser uma vitória”, comenta.
Em termos de desenvolvimentos científicos, destaca-se a patente nacional e internacional de Queiroz, relacionada com um processo bioquímico, desenvolvida, em parte, na UBI.
De momento, aos 39 anos, é o responsável por vários projectos de investigação financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo Ministério da Saúde. A titulo de exemplo, um dos projectos, que tem a ver com o estudo e isolamento de uma glicoproteína de um vírus, é desenvolvido e parceria com o Centro Hospitalar da Cova da Beira. È orientador e co-orientador de oito alunos de doutoramento, tendo já orientado várias teses de mestrado e doutoramento.
No que toca a publicações, João Queiroz escreveu vários capítulos de livros de cariz científico e tem mais de uma centena de comunicações, originárias de encontros científicos nacionais e internacionais. É membro da equipa de revisão de artigos de revistas cientificas internacionais, como a Biotechnology Progress ou o Journal of Chromatography.
Ao longo dos 17 anos em que está na UBI, tem leccionado sempre disciplinas na área da Bioquímica, quer em licenciaturas, quer em pós-graduações.