"A Covilhã
é um dos concelhos onde, apesar de termos problemas
sérios de bacteriologia no País, a água
é das de melhor qualidade. Os covilhanenses podem
beber água da torneira com confiança".
Quem o garante é Milheiras Costa, do Instituto
Regulador de Águas e Resíduos (IRAR), e
que na sexta-feira, 24, se deslocou à cidade para
abordar o tema "As responsabilidades das entidades
gestores face à nova legislação no
domínio da qualidade da água", no âmbito
do colóquio "Água Fonte de Vida",
inserido nas comemorações dos 75 anos dos
Serviços Municipalizados (SMAS) da Covilhã.
Durante todo o dia, vários representantes de entidades
e organismos ligados à água debateram a
temática.
Mas o verdadeiro destaque vai para a nota introdutória
do presidente do Conselho de Administração
dos SMAS, Carlos Pinto, em que este voltou a frisar dois
grandes objectivos estratégicos para o concelho
neste sector, mas que precisam de autorização
do Ministério do Ambiente para avançarem.
Por um lado, o projecto de concessão do sistema
de saneamento que "irá permitir que até
2005 a bacia do Zêzere fique despoluída"
e por outro, já várias vezes reafirmada,
a construção de duas novas barragens, uma
nas Penhas e outra na Atalaia, Teixoso. "Neste momento,
estamos em condições de adjudicar a concessão
do tratamento de resíduos. Resolver, portanto,
tudo o que hoje é um lamento da região relativamente
ao lançamento no Zêzere dos esgotos não
tratados", afiança Carlos Pinto, realçando
que o será "ainda antes do própria
Sistema Multimunicipal". Quanto ao segundo projecto,
o também presidente da Câmara Municipal,
refere que "depende somente do ministro o avanço
dessa solução", uma decisão
da qual também está dependente uma reprogramação
dos fundos comunitários. E o autarca aponta três
hipóteses para a concretização das
barragens: ou através do Governo, ou da empresa
Águas de Portugal ou ainda através de project
finance.
Prioridades dos SMAS para o futuro
Recuperar a qualidade da água dos rios e albufeiras,
cobertura eficaz com redes de drenagem das águas
residuais e tratamento destas construindo novas ETAR's
e assegurando que as existentes funcionam eficazmente.
E ainda a valorização dos recursos hídricos
enquanto base para a geração de valor económico
e de empregos. São estas as prioridades dos SMAS
para o futuro, dadas a conhecer por Leopoldo Santos, director
desta instituição, no início do colóquio.
A problemática da água, saneamento, resíduos
sólidos, limpeza urbana, conservação
e construção de espaços verdes, controle
do ruído e poluição atmosférica,
ligada ao bem estar e qualidade de vida dos cidadãos
em geral e a dos municípes do concelho da Covilhã
em particular, tem merecido uma constante atenção
por parte dos SMAS nestes 75 anos.
E, de facto, os números falam por si. O concelho
covilhanense tem uma população residente
de cerca de 57 mil e 500 habitantes, 31 freguesias, das
quais quatro são urbanas, seis sub-urbanas e 21
rurais. A população servida por rede pública
de saneamento básico é a seguinte: 99 por
cento (56 mil 925 habitantes) tem água; ao nível
de esgotos (sem ETAR) são 97 por cento (55 mil
775 habitantes), esgotos (com ETAR) são 42 por
cento (24 mil 250 habitantes), sendo de 100 por cento
a recolha dos resíduos sólidos urbanos.
À excepção de algumas quintas, toda
a população está servida por rede
de distribuição de água de consumo
humano.
Quanto às origens de água de abastecimento,
na zona da Grande Covilhã, existem captações
por minas e por poços nas margens de linhas de
água que fornecem cerca de 60 por cento desta para
consumo humano, além da adução a
partir da Barragem Cova do Viriato, nas Pennhas da Saúde,
que abastece cerca de 40 por cento da população.
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