Uma defesa de betão, mas a mesma sorte de sempre. O Covilhã, no
passado domingo, 19, voltou a deixar uma boa imagem, de equipa muito disciplinada
a defender, mas mais uma vez, perdeu. Por 3-0 no Estádio Municipal 25 de
Abril, em Penafiel. E assim, os serranos somam a sua oitava derrota em oito jogos
disputados. Ou seja, zero pontos e "lanterna vermelha" da Liga de Honra.
O técnico João Cavaleiro apresentou em Penafiel uma equipa que assentou,
acima de tudo, na organização defensiva. Gérson, Piguita,
Nélson, Cordeiro, Rui Morais, Ido e Anky, tapavam as ofensivas penafidelenses,
cabendo a Dário, Dani e Hermes as depesas do ataque. Mas seria o Penafiel
a dar o primeiro sinal de perigo, logo aos dois minutos, quando Wesley surge à
entrada da área e remata de primeira ao lado da baliza serrana. Mas o Covilhã
não se assustou, e de quando em vez, lá tentava o contra-ataque,
por parte de Dani, embora sem causar grande sensação de perigo.
A tarefa passava acima de tudo por exercer pressão sob o adverário,
de modo a não o deixar jogar. Uma táctica que foi resultando, tirando
alguns lances criados pelo veterano Folha (ex-FCPorto), que perto dos 20 minutos
remata forte e cruzado por cima da baliza de Luciano. A partir daí, a partida
torna-se monótona, chata mesmo, sem que o Covilhã arriscasse para
marcar, nem que o Penafiel, recheado de nomes sonantes, conseguisse quebrar a
barreira criada pelos serranos. O único lance de registo do Sporting foi
um cruzamento para a área penafidelense, com Ferreira a tirar o "pão
da boca" de Hermes. Já o Penafiel troca os extremos de lugares, Folha
e Vítor Vieira, numa tentativa de abanar a defesa do Covilhã. Mas,
tirando alguns cruzamentos e a obtenção de alguns livres, pouco
mais. Apenas dignos de registo um lance aos 40 minutos, quando Roberto cabeceia
na pequena área, mas Luciano defende bem, e pouco depois um tiro de Wesley,
que de fora da área remata forte para a defesa da tarde de Luciano.
"Santos" da casa...
Na segunda parte, é o Penafiel que entra com outra disposição
ofensiva. Vítor Vieira e Folha começam a criar desiquilíbrios
nas alas, mas apesar de todo o esforço dos penafidelenses, a Covilhã
continua muito bem organizada cá atrás, sem dar grandes veleidades
ao seu adversário. É então que, mais uma vez, como tem acontecido
nos últimos jogos do campeonato, uma decisão muito duvidosa de Martins
dos Santos vira completamente o rumo dos acontecimentos. Folha rompe pela defensiva
serrana, entra na área onde cai, supostamente tocado por Ankyofona. O árbitro
portuense apita penalti. Roberto, chamado a marcar, atira para a baliza, Luciano
ainda adivinha o sítio para onde a bola vai, mas esta acaba por entrar.
A estratégia de Cavaleiro ia por terra. Estavam decorridos 70 minutos.
O treinador serrano reage logo de imediato. Quatro minutos depois de sofrer o
golo retira do campo o trinco Ido e faz entrar o avançado Oseias. O Covilhã
desorganiza-se, abre mais espaços no seu reduto defensivo, tenta atacar,
embora sem grandes resultados práticos e disso se aproveita o Penafiel.
Quim, avançado que tinha entrado aos 62 minutos, aproveita os espaços
para marcar o 2-0, aos 89 minutos, e já em cima do final da partida, na
sequência de um canto, é a vez de Wesley fazer o 3-0, resultado com
que se chegaria ao fim.
Depois do jogo, o treinador dos "Leões da Serra", João
Cavaleiro, não teve dúvidas: o jogo esteve sempre controlado e só
de perdeu no lance do penalty. "Respeito muito o senhor Martins dos Santos,
mas disse-lhe que com penáltis destes, na Covilhã, tínhamos
uma data de pontos". O técnico considera que o resultado foi "injusto"
e volta a afirmar que "parece que há uma perseguição
e não percebo porquê". Já o treinador do Penafiel, Guto
Ferreira, diz que o Covilhã esteve sempre bem fechado, tentando aproveitar
o contra-ataque, mas que a vitória "é merecida pelo que fizemos".
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