Dia da Cidade
Autarquia entrega casas a 71 famílias no Teixoso
Estão entregues todos os fogos de habitação
social na Urbanização das Nogueiras, Teixoso. Uma cerimónia
onde o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, lançou
críticas aos comunistas e socialistas.
|
Carla Loureiro
NC / Urbi et Orbi
|
|
Depois de há um ano terem sido entregues 64, na passada segunda-feira,
20, Dia da Cidade, mais 71 famílias receberam as chaves de uma nova casa,
na Urbanização das Nogueiras, no Teixoso. E não faltaram
lágrimas de alegria na cerimónia presidida pelo autarca da Covilhã,
Carlos Pinto e presidente da Junta local, Carlos Mendes. Maria Adelaide Seixas
Maia, uma das contempladas, não esconde a emoção e nervosismo
de segurar nas mãos a chave de uma habitação que nunca teve.
"Vivia com minha mãe, mas agora já tenho uma casa minha e estou
contente por vir viver para aqui", conta. A nova moradora da Urbanização
das Nogueiras não deixa, no entanto, de apontar o dedo ao que considera
ser "injusto da parte de algumas pessoas que criticam a habitação
social sem terem motivos para isso".
Porém, ainda antes de entregar as chaves às 71 famílias,
Carlos Pinto primou o seu discurso pelas críticas à Coligação
Democrática Unitária (CDU). Perante uma multidão de gente,
o autarca lamentou que "alguns senhores comunistas andassem a bater às
portas a falar em aumentos de rendas", de "uma forma sem vergonha".
"São esses mesmos senhores que andaram a tentar desencentivar-vos
de receber as vossas casas, mas que não são mais que aves de mau
agoiro", acusa Pinto. O político social-democrata estende as críticas
aos socialistas, "também dirigentes de uma associação
(do Sport Tortosendo e Benfica) que não estão a deixar que a Câmara
dê casas às famílias mais carenciadas do concelho". Uma
alusão clara aos 148 fogos de habitação social no Tortosendo,
que esperam uma decisão do Tribunal quanto à disputa dos terrenos
onde foram construídos. Todavia, estas "pontualidades" não
constituem impedimento para que Carlos Pinto enalteça que, desde 1998,
e até final do seu mandato, 600 famílias estejam em habitações
sociais. Já em Dezembro, afiança, vão ser entregues mais
12 fogos na Biquinha. O presidente da Junta do Teixoso, Carlos Mendes, também
afinou pelo mesmo, criticando a actuação da CDU. "Os mensageiros
mais não fizeram do que falar do que não sabem", afirma.
CDU critica o "inferno de cada vez mais covilhanenses"
Antes de serem criticados por Carlos Pinto, os comunistas apontaram baterias à
política da maioria social-democrata na Câmara da Covilhã.
Na sua intervenção na sessão solene na Assembleia Municipal,
Jorge Fael acusou a autarquia de "tomar decisões políticas
mascaradas de questões técnicas", com reflexos sobre o custo
de vida das populações. O endividamento da Câmara, "o
qual se reflecte no aumento da carga fiscal e no brutal aumento de bens e serviços
prestados", tais como "na factura da água, nas rendas de habitação
social ou ainda nas prestações do pré-escolar pedidas às
famílias" também foram invocadas pelo comunista. "Nem
uma promessa de paraíso pode fazer iludir quanto ao inferno que cada vez
mais covilhanenses sentem no dia-a-dia", remata Jorge Fael.
As vozes constestatárias vieram também da bancada do PS. Artur Meireles
perguntou onde andam os ministros naturais da Covilhã e do mesmo partido,
o PSD, lamentando o seu "silêncio total". Uma postura que para
o socialista "não deixa de ser reveladora de um olhar diferente a
disponibilidade manifestada para a Covilhã pelo ex-ministro José
Sócrates". Meireles manifestou também apreensão pelas
grandes opções do Orçamento de Estado para 2004 por anunciarem
"novos dias difíceis para as autarquias".
|