Fundão
Lixiviados prestes a serem tratados na Central de Compostagem
Está pronta e prestes a entrar em funcionamento.
Trata-se da estação de tratamento de lixiviados, na Central de Compostagem,
que irá assim pôr termo a um dos problemas que punha a saúde
pública em risco.
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João Alves
NC / Urbi et Orbi
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Está construída e prestes a entrar em funcionamento nas próximas
semanas. Trata-se da estação de tratamento de lixiviados na Central
de Compostagem, no Fundão, uma infra-estrutura que é gerida, de
há dois meses para cá, pela Águas do Zêzere e Côa.
Há um ano atrás, ainda quando a Associação de Municípios
da Cova da Beira (AMCB) era responsável pela estrutura, o Diário
Económico revelava um relatório do Ministério do Ambiente
que dizia que os requisitos mínímos da Central de Compostagem, em
termos de saúde pública e ambiental, não estavam a ser cumpridos.
Na altura, a AMCB tratava de rescindir contrato com o consórcio HLC, a
quem estava concessionada a exploração da infra-estrutura, mas também
o próprio Ministério do Ambiente já adiantava que a concessão
poderia ser retirado ao consórcio por não estar a cumprir a lei,
no que toca a resíduos sólidos. O relatório falava em riscos
de "desastre ambiental", com a possibilidade das águas do Rio
Zêzere virem a ser contaminadas e, consequentemente, as águas da
Barragem de Castelo de Bode, responsável pelo abastecimento de água
a cerca de três milhões de pessoas na zona da Grande Lisboa. Entre
os principais problemas apontados pelo relatório estava a "absoluta
urgência de adopção de um sistema de tratamento de lixiviados
eficaz", já que os mesmos estavam a sere depositados em duas lagoas
artificiais, construídas para o efeito, mas que já estavam completamente
cheias. Agora, parece estar a caminho uma solução mais definitiva
e duradoura. Segundo o presidente do Conselho de Administração da
Águas do Zêzere e Côa (AZC), Arménio Figueiredo, muitos
dos problemas que residem na Central de Compostagem " têm a ver com
a qualidade dos resíduos que chegam e com a qualidade composto que é
produzido". Apesar de estar há apenas dois meses a operar naquela
infra-estrutura, o presidente da AZC refere que tudo tem sido feito para melhorar
o funcionamento da estrutura. E uma das medidas mais urgentes seria a construção
da estação de tratamento de lixiviados. "Foi uma das intervenções
que foi acompanhada por nós, ainda antes de tomarmos conta da estrutura.
A construção da estação de tratamento de lixiviados
era um dos problemas da Central. Neste momento já está construída,
estamos em testes e dentro de poucas semanas estará a funcionar. É
algo de fundamental para melhorar o funcionamento da Central" salienta Arménio
Figueiredo.
"Acabam uns problemas, surgem outros"
Segundo o presidente da Câmara do Fundão,
Manuel Frexes, e aquando da visita do ministro do Ambiente, Amílcar Theias,
na Central de Compostagem, de há dois meses a esta parte, "acabaram
alguns probelmas ao nível da gestão e coordenação
daquela estrutura. Mas subsistem alguns problemas que ainda estavam por resolver
e há problemas novos. Há medida que se vão resolvendo uns,
surgem outros, de outro patamar" afirma o autarca fundanense, que, no entanto,
não quer especificar a situação. Manuel Frexes, porém,
deixa bem vincada a ideia de que, relativamente à recolha do lixo e ao
Sistema de Resíduos Sólidos Urbanos, integrados na região,
"precisamos de uma reflexão estratégica para pensar numa solução
a médio e longo prazo. Nos próximos seis a 10 anos precisamos de
encontrar soluções integradas que resolvam este problema. Já
falei com o ministro sobre essa matéria" afirma.
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