O "Comboio da Educação"
arrancou, ontem, segunda feira, da Universidade da Beira Interior, dirigindo-se
à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real.
Pelo caminho foram efectuadas paragens no Instituto Politécnico da Guarda
e no Instituto Politécnico de Viseu. A iniciativa continua ao longo da semana,
percorrendo todas as regiões do País e termina no sábado, 18,
em Faro, na Universidade do Algarve.
Em comunicado, as Associações de Estudantes do Ensino Superior Português
(AAEE's) justificam a acção, integrada na campanha nacional "Será
que aguentas?", como um meio de "despertar todos os estudantes para os
problemas do Ensino Superior, por forma a que as acções de contestação
posteriores tenham a participação de um ainda maior número
de estudantes, conscientes dos motivos que os levam a contestar."
Luís Franco, presidente da Associação Académica da Universidade
da Beira Interior (AAUBI), explica a escolha da Covilhã como ponto de partida.
"A viagem começa na UBI por estar localizada na região Centro
e, principalmente, por ser umas das universidades mais afectadas do País
com a nova lei de financiamento do Ensino Superior", esclarece.
O "Comboio da Educação" arrancou com representantes da AAUBI,
Associação Académica de Coimbra (AAC), Federação
Académica do Porto (FAP) e Associação de Estudantes da Universidade
do Algarve, mas vai funcionar "por sistema de estafetas". Chegados a Vila
Real, o grupo é substituído, hoje, terça feira, pela Associação
Académica da UTAD com a Universidade do Porto como destino.
Problema da sociedade
"A política para o Ensino Superior afecta não só os
estudantes, mas a sociedade em geral", reitera Pedro Esteves, da FAP. A acção
pretende "despertar a população portuguesa", já
que, como é referido em comunicado, "a qualidade de ensino de hoje
vai definir o desenvolvimento da sociedade de amanhã".
Vítor Salgado, presidente da AAC, faz questão de referir que "o
movimento estudantil está unido a nível nacional, porque os problemas
actuais afectam, de forma igual, todos os estudantes do Ensino Superior".
O dirigente estudantil critica "a crescente elitização do ensino,
em especial, para os alunos deslocados, que têm maiores despesas".
Quanto à recém nomeada Ministra da Ciência e do Ensino Superior,
Maria da Graça Carvalho, Vítor Salgado não acredita que seja
"sensível às reivindicações dos estudantes"
e lembra que, na tomada de posse, "a ministra garantiu não mudar a
política estabelecida por Pedro Lynce". No entanto, Vítor Salgado
não aponta a responsabilidade da situação do Ensino Superior
a uma pessoa, mas a "uma política governativa. O Governo não
caiu, por isso a contestação
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