A Associação Académica de Coimbra é uma das presentes na acção de consciencialização
Comboio da Educação
"Informar os motivos da contestação"

Um grupo de representantes de associações académicas partiu ontem da Universidade da Beira Interior, rumo à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, passando pelo Instituto Politécnico da Guarda e pelo Instituto Politécnico de Viseu. O denominado "Comboio da Educação" termina a sua viagem dia 18, na Universidade do Algarve.


Por Daniel Sousa e Silva


O "Comboio da Educação" arrancou, ontem, segunda feira, da Universidade da Beira Interior, dirigindo-se à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real. Pelo caminho foram efectuadas paragens no Instituto Politécnico da Guarda e no Instituto Politécnico de Viseu. A iniciativa continua ao longo da semana, percorrendo todas as regiões do País e termina no sábado, 18, em Faro, na Universidade do Algarve.
Em comunicado, as Associações de Estudantes do Ensino Superior Português (AAEE's) justificam a acção, integrada na campanha nacional "Será que aguentas?", como um meio de "despertar todos os estudantes para os problemas do Ensino Superior, por forma a que as acções de contestação posteriores tenham a participação de um ainda maior número de estudantes, conscientes dos motivos que os levam a contestar."
Luís Franco, presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), explica a escolha da Covilhã como ponto de partida. "A viagem começa na UBI por estar localizada na região Centro e, principalmente, por ser umas das universidades mais afectadas do País com a nova lei de financiamento do Ensino Superior", esclarece.
O "Comboio da Educação" arrancou com representantes da AAUBI, Associação Académica de Coimbra (AAC), Federação Académica do Porto (FAP) e Associação de Estudantes da Universidade do Algarve, mas vai funcionar "por sistema de estafetas". Chegados a Vila Real, o grupo é substituído, hoje, terça feira, pela Associação Académica da UTAD com a Universidade do Porto como destino.

Problema da sociedade

"A política para o Ensino Superior afecta não só os estudantes, mas a sociedade em geral", reitera Pedro Esteves, da FAP. A acção pretende "despertar a população portuguesa", já que, como é referido em comunicado, "a qualidade de ensino de hoje vai definir o desenvolvimento da sociedade de amanhã".
Vítor Salgado, presidente da AAC, faz questão de referir que "o movimento estudantil está unido a nível nacional, porque os problemas actuais afectam, de forma igual, todos os estudantes do Ensino Superior". O dirigente estudantil critica "a crescente elitização do ensino, em especial, para os alunos deslocados, que têm maiores despesas".
Quanto à recém nomeada Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, Vítor Salgado não acredita que seja "sensível às reivindicações dos estudantes" e lembra que, na tomada de posse, "a ministra garantiu não mudar a política estabelecida por Pedro Lynce". No entanto, Vítor Salgado não aponta a responsabilidade da situação do Ensino Superior a uma pessoa, mas a "uma política governativa. O Governo não caiu, por isso a contestação