Theias confirma
"Barragem? Iremos encontrar uma solução"
Os projectos da Câmara da Covilhã,
relativos à construção de novas barragens na Serra, já
estão nas mãos do ministro do Ambiente. Amilcar Theias afirma que
será encontrada uma solução, pois a Covilhã "merece
uma discriminação positiva".
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João Alves
NC / Urbi et Orbi
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Os projectos para construção de novas barragens na Serra da Estrela,
nas Penhas e na Atalaia do Teixoso, já chegaram às mãos do
ministro do Ambiente, Amílcar Theias, e estão, por isso, a ser estudadas.
Foi esta a garantia deixada pelo governante, que no entanto não disse quando
é que as obras poderão avançar nem em que condições.
Para já, Theias apenas deixa a garantia de apoio, já que "a
Covilhã e toda esta zona do Interior de Portugal merece uma discriminação
positiva. Temos que apoiar uma zona que esteve muitos anos isolada e recebeu menos
apoios que o Litoral. Temos que continuar a evitar que o País se desertifique
ainda mais" afirma.
Recorde-se que, já em Agosto, o responsável pela pasta do Ambiente,
no executivo governamental de Durão Barroso, tinha visitado a Covilhã,
reunido com Carlos Pinto e, desse encontro, tinha saído a possibilidade
de se retomar um protocolo assinado em 2001 entre a autarquia serrana e a Águas
de Portugal, em que seria constituída uma empresa, com partipação
da Águas do Zêzere e Côa, Câmara e Associação
de Municípios, que seria responsável pela construção
das infra-estruturas. Numa altura em que a Covilhã estava em alarme com
a aventual falta de água num Verão seco e quente, Theias mostrava-se
empenhado em encontrar "muito rapidamente uma solução para
os problemas de água", dizendo mesmo que a construção
de novas barragens seria uma "prioridade". Um mês era o prazo
apontado pelo governante para que surgisse uma solução. A verdade
é que, passados mais de um mês, e na sua última visita à
região, mais concretamente ao Fundão, na passada quinta-feira, 2,
Amílcar Theias não deu certezas de que o anterior protocolo assinado
durante o governo PS, e com Sócrates na pasta do Ambiente, seria retomado.
"São vários projectos. Estamos a estudar isso e a ver se é
enquadrável na questão do Sistema Multimunicipal. Ainda não
tomámos uma decisão definitiva quanto à fórmula, mas
certamente prometi ao presidente da Câmara o meu apoio. Iremos encontrar
uma solução" assegura Amílcar Theias.
A construção de uma nova albufeira nas Penhas é uma aspiração
com cerca de 11 anos, mas que demora a avançar. E com a recusa da Câmara
da Covilhã em integrar o Sistema Multimunicipal da Águas do Zêzere
e Côa (AZC), o problema passou então a ser maior, já que os
reponsáveis governativos sempre apontaram para que a construção
desta infra-estrutura fosse feita no âmbito deste Sistema, algo que o presidente
da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, recusou desde a primeira hora,
pois para além de querer manter o património municipal, o autarca
queria que o município tivesse uma palavra a dizer no que toca a tarifas
de água, já que nunca concordou com as aplicadas pela AZC. E enquanto
a barragem não chega, a Covilhã, todos os anos no Verão,
anda com "o credo na boca".
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