Cerca de cem pessoas assistiram no passado sábado, 12, no Teatro-Cine
da Covilhã a "Burlesco", no âmbito da primeira edição
do Festival Y. A peça, encenada por Fernando Moura Ramos e interpretada
por Isabel Lopes, Victor Santos, Rui Damasceno e Celino Pindérlico, da
companhia Teatro da Rainha junta textos de dois autores que sublinham a dualidade
e diferença entre homem e mulher.
Durante uma hora e meia desenrolam-se dois actos. No primeiro há um casal
que, a propósito de uma ida ao teatro, enceta uma discussão onde
mostra os pontos fracos de uma longa relação quotidiana, tocando
o absurdo. Na segunda parte, um mágico acompanhado pela sua mulher em final
de gravidez, apresenta um espectáculo onde nem tudo corre bem.
Originalmente, a peça contava quatro histórias, mas a companhia
optou por adoptar apenas duas, baseadas em textos de Karl Valentin e Eduardo de
Filippo. Nas palavras de Isabel Lopes, "os humores têm destas coisas,
são como os líquidos, nem todos se misturam". Segundo a actriz,
os dois textos encaixam bem, porque, "ambos os autores fizeram teatro como
actores e encenadores", explica, o que lhes terá dado perspectivas
idênticas, embora na primeira história o humor se fixe mais na linguagem,
e, na seguinte se prenda às situações.
Os actores consideraram o público covilhanense muito receptivo. "Para
um sala tão grande com pouco público, a reacção foi
óptima, considera Victor Santos.
A companhia das Caldas da Rainha, actualmente sediada em Coimbra já apresentou
o espectáculo em várias cidades portuguesas e continua agora em
tornée pelo País.
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