Liga de Honra
Serranos continuam sequência negativa
O Covilhã continua a ser "surrado"
na Liga de Honra. Frente ao Feirense, os leões demoraram 45 minutos a entrar
no jogo e quando deram conta já estavam a perder por 2-0. A reacção
foi boa, mas tardia.
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Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi
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Continua mal o Sporting da Covilhã. A quilómetros daquilo que habituou
os adeptos na época passada, os "leões da Serra" ainda
não conseguiram somar qualquer ponto nos sete jogos já disputados.
A uma das piores defesas do campeonato, com 11 golos consentidos, junta-se o ataque
menos concretizador, com apenas dois tentos apontados. De resto, há muito
tempo que o clube serrano não registava uma sequência tão
má. Nem na época de 1999-2000, em que o clube terminou na última
posição da II Liga. Então orientada por António Jesus,
a pior sequência da equipa foram quatro derrotas consecutivas entre a 12ª
e a 15ª jornada. Já com Henrique Nunes no comando técnico,
a equipa voltou a perder os últimos quatro jogos do campeonato. No entanto,
ressalve-se, também é verdade que os serranos chegaram a estar 18
jogos sem vencer (entre a 12ª e a 29ª jornada, período em que
apenas somaram seis pontos).
De regresso ao presente, o Covilhã continua debater-se com problemas de
difícil resolução. A um plantel já de si curto, juntam-se
as lesões de jogadores nucleares e os castigos. João Cavaleiro tem,
todas as semanas, que debater-se com um problema novo. Depois, os jogadores parecem
demorar a assimilar, dentro do terreno de jogo, as ideias do técnico. E
o jogo do último sábado foi bem o exemplo disso, com os jogadores
a "acordarem" na segunda parte, depois de um primeiro tempo em que andaram
completamente às "aranhas".
E nem se pode culpar o técnico de falta de ambição. Mais
uma vez, Cavaleiro apostou numa equipa voltada para o ataque, com Dani, Hermes
e Lourenço como homens mais avançados, apoiados por Tarantini. Mas
continua a faltar objectividade a este conjunto, que na primeira parte nem chegou
a incomodar a baliza de Rui Correia.
Feirense sem oposição
Galvanizado pelo excelente início de época, o Feirense foi sempre
mais equipa. Soube aproveitar a superioridade numérica a meio campo e beneficiou
ainda de um pouco comum desacerto no sector defensivo dos serranos. Ainda não
estavam decorridos 10 minutos e já o conjunto de Santa Maria da Feira se
adiantava no marcador. Hélder, na marcação de um livre à
entrada da área beirã, remata colocado fora do alcance de Luciano
e dá alguma tranquilidade à sua equipa. Um golo que tem precisamente
o efeito contrário nos pupilos de Cavaleiro. A equipa fica ainda mais ansiosa
e não consegue pensar o jogo. Ao invés, o Feirense aproveita para
se instalar no meio campo dos forasteiros e as ameaças às malhas
de Luciano são constantes. Cavaleiro ainda altera o xadrez da sua equipa,
fazendo entrar mais um homem de ataque (Denilson) para o lugar de um defesa (Marco
Aurélio), mas os efeitos nunca se fizeram notar. E é o Feirense
que volta a marcar, ainda antes do intervalo, por intermédio de Carlos
Pinto, que surge isolado no coração da área serrana.
Leão "acorda" no segundo tempo
Na segunda metade o leão acordou, finalmente, no peito dos jogadores serranos.
Ao intervalo, Tarantini fica nos balneários e cede o lugar a Dário.
Não se pode dizer que o atacante tenha trazido algo de novo, mas o certo
é que o Covilhã entrou com outra disposição e nova
disponibilidade.
Mais pressionante, a turma serrana começa a acercar-se com perigo da área
caseira. Mas são precisos quase 15 minutos para Lourenço coroar
esse ascendente com um golo. Um livre apontado de forma superior pelo médio
ofensivo serrano, que colocou a bola longe do alcance de Rui Correia. O tento
desorientou temporariamente o sector mais recuado do Feirense, que começou
a dar espaço de manobra aos avançados beirões. Denilson e
Nélson, que surgiu na área adversária na marcação
de um canto, tiveram oportunidades flagrantes para repôr a igualdade, mas
faltou calma na hora do remate. Depois, o Feirense voltou a recompor-se e não
permitiu mais veleidades aos covilhanenses. A poucos minutos do fim, Charles sentencia
a partida e faz o 3-1 numa jogada de contra-ataque em que, mais uma vez, a defensiva
serrana não está isenta de culpas.
Com este resultado, o Feirense ascende ao primeiro lugar da tabela, enquanto o
Covilhã continua na cauda do pelotão. Na próxima ronda o
adversário é o Portimonense. Os algarvios deslocam-se ao Santos
Pinto no domingo, 5, numa posição delicada. Mas é o Covilhã
que tem que fazer pela vida. Os jogadores leoninos já demonstraram coração
e capacidade para fazer melhor. Basta que comecem a primeira parte como, habitualmente,
iniciam a segunda.
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