E vão quatro derrotas consecutivas. Quatro
partidas na Liga de Honra sem qualquer ponto e apenas um golo marcado. O Sp. Covilhã
é, assim, a única equipa que ainda não arrancou da grelha de
partida para esta corrida de 34 jornadas. O campeonato ainda vai no início,
é certo, mas as fragilidades do plantel serrano ficaram bem patentes nos
últimos encontros e não podem ser solucionadas num futuro imediato.
O plantel é curto e obriga João Cavaleiro a "inventar" tácticas
para colmatar as ausências dos indisponíveis. A grande maioria dos
jogadores é jovem e não tem experiência de II Liga (alguns nem
de II B sequer). Depois, há um desequilíbrio gritante entre os diferentes
sectores da equipa. À frente de uma defesa relativamente segura está
um meio campo que, apesar de batalhador, não consegue segurar o jogo. Mas
o principal problema reside ainda mais à frente. O ataque mostra-se, até
agora, inoperante, ineficaz e pouco objectivo. Por fim, as lesões têm
fustigado o grupo, afastando do relvado jogadores tão importantes como Piguita,
Rui Morais e Hermes, três dos mais experientes elementos da equipa.
No último domingo, o filme das últimas jornadas repetiu-se. Um Covilhã
abnegado e lutador foi insuficiente para contrariar um Santa Clara experiente e
"matreiro". O resultado também foi idêntico. Dois golos dos
insulares, que pouco fizeram por os merecer, e o marcador em branco do lado dos
da casa.
A turma de João Cavaleiro, no entanto, deu boas indicações.
Entrou melhor em campo, mais atrevida e com uma disposição atacante,
com Dani, Tarantini e Lourenço a auxiliar Denilson, o homem mais adiantado.
No meio campo, Ankyofna comandava as operações sem a companhia de
Ido, que Cavaleiro remeteu para o eixo da defesa em virtude da lesão de Piguita.
Logo aos dois minutos, Tarantini punha em sentido o sector defensivo açoriano
com um remate de cabeça que saiu por cima da baliza de Jorge Silva. Pouco
depois, Denilson remata cruzado, mas também não acerta na baliza por
escassos centímetros. Mas a primeira verdadeira oportunidade de golo surge
apenas à passagem do minuto 20, quando o mesmo avançado obriga Jorge
Silva à defesa da tarde num remate fantástico de fora da área.
Após este sinal de perigo, os pupilos de José Mota perceberam que
não era aconselhável defender tão atrás e ocuparam o
meio campo, roubando o domínio de jogo que até aí pertencera
à equipa da casa. Os serranos, no entanto não baixam os braços
e apostam nos lançamentos longos para as alas, que até ao intervalo
resultaram em quatro cantos e um remate perigoso de Tarantini travado pelo guardião
insular.
Derrota na segunda parte
No segundo tempo, o Santa Clara tenta, desde logo, encostar os covilhanenses à
sua área mas, novamente através de lançamentos longos, é
o conjunto da casa quem dá o primeiro sinal de perigo. O golo dos insulares
surge cinco minutos depois do reinício. A bola atravessa a grande área
covilhanense sem que ninguém consiga aliviar, Hugo Freire aproveita e cruza
para a entrada de Tiago, que só tem que encostar.
O Covilhã reage bem e volta a aproximar-se da baliza à guarda de
Jorge Silva. No entanto, raramente houve imaginação e objectividade
para levar real perigo às malhas insulares. Salvam-se dois remates de Lourenço,
um contra Jean, e outro que roçou o poste direito. Perante o balanceamento
ofensivo da turma local, o Santa Clara apostou definitivamente no contra-ataque.
Aos 82 minutos Nélio Mendonça anula um golo a Ceará por fora-de-jogo.
Na jogada seguinte Jorge Silva volta a negar o empate ao corresponder de forma
espectacular a um potente remate de Dani à entrada da área. Mas
quatro minutos depois, André Pinto marca mesmo e estabelece o resultado
final (0-2). À procura do golo de honra, a turma covilhanense ainda importunou
a defesa adversária, mas já não havia frescura física
e mental para minimizar a quarta derrota consecutiva da equipa.
Numa posição delicada, os beirões recebem, no próximo
domingo, 21, a formação da Naval. Uma equipa que ainda não
venceu fora de portas, mas quese encontra na metade superior da tabela.
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