O humor é uma das principais características da peça vicentina
Festival Y
Teatro como ponto de partida

Peça de Gil Vicente marcou o arranque da primeira edição do Festival Y organizado pela Quarta Parede. As actividades começaram no dia 18 e prolongam-se até ao final de Outubro.


Por Catarina Rodrigues


"O Juiz da Beira: aula prática" de Gil Vicente foi a peça que deu início ao Festival Y, na passada quinta feira, 18. O espectáculo que subiu ao palco do Teatro Cine da Covilhã é uma produção do Grupo de Teatro de Coimbra "A Escola da Noite". A encenação e dramaturgia esteve a cargo de António Augusto Barros.
A peça conta a história de Pêro Marques, um homem simples que de repente passa a juiz. A seu cargo estão várias sentenças por decidir. Tudo começa com uma acusação de Ana Dias que responsabiliza o filho de Pêro Amado pela violação da sua filha Beatriz. Para o final está reservado um dos julgamentos mais cómicos, com quatro irmãos a disputar a herança deixada pelo pai, um asno.
O espectáculo promovido pelo grupo coimbrense caracteriza-se por conseguir uma interacção com o público. Quatro pessoas da assistência são desde logo convidadas a fazer de figurantes da peça colocando-se em locais estratégicos da sala. O elenco foi constituído por António Jorge, Carlos Marques, Margarida Dias , Marta Gorgulho, Ricardo Correia, Sílvia Brito e Sofia Lobo.
"O Juiz da Beira: aula prática" é a 28ª produção do Grupo de Teatro de Coimbra. Marcou o encerramento do projecto Vicente n' A Escola, realizado em co-produção com a Coimbra 2003, capital Nacional da Cultura. Agora a peça marcou o arranque da primeira edição do Festival Y, organizado pela "Quarta Parede"- Associação de Artes Performativas da Covilhã. Para além do teatro, a iniciativa irá reunir actividades como música, dança, workshops, conferências, artes plásticas e performativas.
Amanhã, 24 de Setembro, pelas 15h30, terá lugar uma conferência subordinada ao tema "A eficácia de Gil Vicente no século XXI, por José Alberto Ferreira. No dia 25, sobe ao palco do Teatro Cine a peça "Edipo Rey" pelo Teatro Corsário de Valladolid.