Polémica ressurge
Despedimentos na EPABI motivam acusações de antigo professor
Um ex-professor da EPABI levanta de novo a
"polémica" sobre a mudança de direcção pedagógica
e o despedimento de docentes. A direcção da intiuição
refuta as acusações
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Carla Loureiro
NC / Urbi et Orbi
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Júlio Galvão Dias, ex-docente da Escola Profissional de Artes da
Beira Interior (EPABI) enviou uma carta à comunicação social.
No documento, dirigido ao actual director pedagógico da instituição,
Gustavo Delgado, mas onde também menciona a direcção da Escola,
o professor de música, de Coimbra, tece algumas considerações
"acerca do despedimento de 16 professores", incluindo ele próprio.
"No dia 9 de Julho, efectuou-se uma reunião na EPABI em que o senhor
foi apresentado aos professores como novo director pedagógico. Após
os discursos de circunstância habituais nestas situações pedi
a palavra para relembrar a todos os presentes, nomeadamente aos membros da direcção
da Escola, que o processo de substituição da direcção
pedagógica se tinha efectuado contra a vontade da grande maioria do corpo
docente e discente da Escola", refere Júlio Galvão Dias. Passados
20 dias, continua o professor, "recebi uma carta em casa enviada pela direcção
administrativa da Escola a informar-me que a partir desse momento, e após
sete anos, cessava o meu vínculo laborar com a EPABI. (...) O que de facto
é grave (...) é o facto de mais 15 professores terem sido também
despedidos (...)". Júlio Galvão Dias questiona: "Como
é possível justificar do ponto de vista ético que, depois
de ter sido afirmado pela direcção da Escola - nessa mesma reunião
- que era intenção manter o corpo docente para o ano lectivo de
2003/2004, essa mesma direcção tenha, decorridos 20 dias, despedido
16 professores". O ex docente da EPABI, contactado posteriormente pelo NC,
afirma não saber o motivo "destes despedimentos sumários",
onde ele próprio se inclui. "Pode ter sido uma retaliação
pelo facto de ter defendido a antiga direcção pedagógica",
diz Júlio Galvão Dias. Este vai mais longe e refere que "toda
a gente ficou espantada" com esta atitude, classificando-a de "inesperada",
de "grande cobardia por não assumirem essa intenção"
e ainda de "desrespeito pelos professores e alunos, que são os que
mais perdem com toda esta situação". "Esta direcção
está fora da realidade. Não sabe minimamente a competência
e desempenho das políticas que deve ter na Escola", acusa o antigo
professor.
"Não há lugares vitalícios"
Confrontada com estas acusações, a direcção da EPABI
recusa-as. João Almeida e Margarida Robbins, respectivamente presidente
e vice-presidente da direcção da instituição, afinam
pela mesma posição: "O número apontado - 16 - não
corresponde à verdade". E revelam que foram seis os professores a
quem não foram renovados os contratos. "A direcção entendeu
proceder desta forma, pois não estávamos interessados nessa continuidade.
Não há lugares vitalícios e não temos que dar mais
explicações", declara João Almeida. Quanto às
"garantias pessoais" que Júlio Galvão Dias diz ter havido
por parte da direcção para com alguns professores de que estes ficariam
na Escola, João Almeida e Margarida Robbins refutam-nas. "O que foi
dito é que iríamos fazer alguns acertos e esforços para que
a maioria ficasse. Nunca a totalidade".
Estes responsáveis explicam que todos os anos a EPABI tem que fazer uma
oferta pública de emprego, pois o PRODEP, programa que financia a instituição,
assim o exige. "E existem determinados critérios aos quais temos que
obeceder, nomeadamente os custos que cada um dos professores tem para a Escola",
esclarece Margarida Robbins. "O PRODEP diz que temos que priveligiar os professores
da região, pois fica muito mais barato à Escola. Só se não
houver docentes na região é que temos que os recrutar noutros locais",
acrescenta. A vice-presidente da direcção garante que os lugares
deixados vagos já foram ocupados "por professores da região,
nomeadamente da Guarda".
Ambos os directores asseveram que "estas mudanças" não
vieram alterar em nada o normal funcionamento da Escola. "Há paz e
sossego e as coisas estão a decorrer normalmente".
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