Prazo-limite
Contrato "obriga" adjudicação da Pousada da Serra este
ano
Apesar das mudanças ocorridas na ENATUR,
agora privatizada, Jorge Patrão acredita que a futura Pousada da Serra
da Estrela "vai ser uma realidade". O presidente da RTSE esclarece que
a unidade "tem por obrigação contratual" ser adjudicada
este ano.
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Carla Loureiro
NC / Urbi et Orbi
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A futura Pousada da Serra da Estrela "tem por obrigação contratual
ser adjudicada este ano". Isto porque, recorda Jorge Patrão, presidente
da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), "a Turistrela cedeu
o edifício à ENATUR, tendo já este ano renovado essa cedência,
o que obriga a empresa estatal a iniciar a obra até final do ano".
Alvo de avanços e recuos, a requalificação do antigo Sanatório
dos Ferroviários pode deparar-se agora com outro "obstáculo":
a mudança na gestão da ENATUR (Empresa Nacional de Turismo - Pousadas
de Portugal). Desde segunda-feira, 1, que o Grupo Pestana, através da recém-criada
empresa Pestana Pousadas, assume a gestão da rede das unidades da ENATUR.
Cabe, assim, ao Grupo anunciar a empresa vencedora do concurso para a construção
da Pousada da Serra da Estrela, adjudicar e avançar com a obra. Recorde-se
que o lançamento do concurso público internacional para a empreitada
daquela que será uma das unidades de referência da ENATUR teve 16
propostas. Jorge Patrão revela que a empresa já está escolhida,
mas diz não saber qual é.
Patrão, apesar dos revezes, acredita que a Pousada vai ser uma realidade.
Além de se sustentar na "obrigação contratual",
o presidente da RTSE apoia-se também na promessa deixada por Durão
Barroso, quando este visitou a Covilhã. "O primeiro-ministro garantiu
que a Pousada da Serra da Estrela vai ser uma realidade", refere. E continua:
"A segurança que temos são as promessas feitas por Durão
Barroso e o caderno de encargos, em que o Grupo Pestana assume a gestão
das pousadas, que prevê a transformação do antigo Sanatório".
Ainda assim, este responsável já solicitou uma reunião à
nova empresa para saber a data da adjudicação da empreitada.
Mas Jorge Patrão não esquece as dificuldades que têm marcado
o processo, desde que há cerca de cinco anos a Região de Turismo
"teve a ideia da recuperação do Sanatório". "Isto
está a passar a mais desde o início. Fizémos o projecto,
algo que orgulha a região. Mas a partir daí começaram a haver
situações que, por uma razão ou outra, têm atrasado
a sua concretização", critica. Mas, optimista, afiança:
"Chegaremos à última fase, que é a da inauguração".
"Pousadas regionais vão ter problemas"
A privatização da ENATUR vai "trazer problemas para as pousadas
regionais", avisa o responsável pela Região de Turismo da Serra
da Estrela. E as mudanças na gestão daquele organismo estatal já
provocaram o encerramento da Pousada de Santa Bárbara, em Almeida. "Mas
em simultâneo abriu a do Convento do Desagrado, que é histórica",
esclarece Jorge Patrão.
No que concerne à Pousada Histórica de Belmonte, Patrão diz
desconhecer "qual será a política" do Grupo Pestana para
estes casos. É que a unidade belmontense é "franchisada",
mas, apesar de não pertencer à ENATUR, dispõe da marca "Pousadas
de Portugal".
Não obstante todas as mudanças que ocorrem na empresa do Estado,
Jorge Patrão continua firme em dotar toda a região de abrangência
da RTSE com quatro pousadas. Duas já estão em funcionamento, a de
Belmonte e a do Convento do Desagrado. Faltam a futura da Serra da Estrela e a
de Linhares, restando nesta última apenas a montagem do equipamento. "Em
termos de pousadas, é este o nosso objectivo, havendo empresa privada ou
pública. Mas o facto de agora estar privatizada não a liberta das
obrigações assumidas enquanto era pública", advoga Jorge
Patrão.
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Vinho produzido na Serra para a comunidade judaico-americana
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"Um dos projectos há já algum tempo falado, está
agora a concretizar-se". O presidente da Região de Turismo
refere-se à produção de um vinho na Serra da
Estrela, pela Adega Cooperativa da Covilhã, direccionado
ao mercado judaico-americano. O "néctar" vai ser
distribuído pela "maior empresa de vinhos de Nova Iorque"
e será "o primeiro vinho que aponta para um mercado
deste tipo". Jorge Patrão espera que "em breve"
se possa começar a exportar o produto português da
Serra da Estrela, "com um rótulo que não deixa
de ser um cartaz cultural e turístico da região".
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