Não foi um jogo muito bem jogado o que opôs, no passado domingo,
24, o Sporting da Covilhã ao Felgueiras, no Santos Pinto. Apenas a espaços
as duas equipas conseguiram algumas jogadas bem delineadas e seria mesmo numa
delas que a equipa visitante conseguiria marcar o golo que valeu três pontos.
Diga-se, porém, em abono da verdade, que o Covilhã lutou muito e
trabalhou até ao último minuto para inverter a tendência do
marcador. E isto, na quase totalidade do encontro, com apenas 10 jogadores, já
que aos nove minutos o capitão Trindade seria expulso, o que condicionaria
a estratégia pensada por João Cavaleiro para este encontro. No primeiro
lance digno de registo, Sérgio Pinto (o irmão de João Pinto,
no Sporting), lança em profundidade Lixa (ex-promessa do Guimarães),
que arranca em direcção à área serrana, mas à
entrada da mesma é rasteirado por Trindade. Duarte Gomes, árbitro
da partida, não tem dúvidas e mostra o vermelho ao atleta covilhanense.
Cavaleiro é obrigado a mexer na equipa, tira o avançado Oseias,
mete Cordeiro para lateral esquerdo e desloca Nélson (uma estreia) para
o lado direito da defesa, lugar até então ocupado por Trindade.
O Felgueiras chamava a si as rédeas do jogo e numa das poucas jogadas vistosas
da partida, ao minuto 28, marcava o tento da vitória. Shuster arranca pela
direita, encontra solto na área Vasco Matos, que vai à linha e cruza
tenso e forte para que Martinho desvie a bola à boca da baliza. Celso nada
podia fazer.
O Covilhã, pese embora todos os contratempos, reagiu bem. Dário
(um dos mais dinâmicos), após cobrar um canto, ao minuto 30, na recarga,
atira tenso para o primeiro poste onde Lourenço falha o desvio fatal por
pouco. Sete minutos mais tarde, jogada de golo claro para o Covilhã. Denilson
desmarca Lourenço que pela direita entra na área e sozinho perante
o guardião adversário, tenta um chapéu que sai, no entanto,
muito por cima. O Covilhã acabava bem a primeira metade e esperava-se que
viesse do intervalo do mesmo modo. O que não aconteceu.
Piguita até foi ponta-de-lança
Na segunda metade, o Felgueiras volta mais forte e a tomar conta dos acontecimentos.
Cavaleiro tinha tirado Ido (muito lento e apagado) e feito entrar Ankyofona),
bem como tira Lourenço para a entrada de Hermes (regresso após paragem
prolongada devido a lesão), mas não parecia tirar efeitos positivos
da troca. Lixa semeava o pânico e aos 55 minutos é Celso quem nega
o golo ao avançado do Felgueiras. O Covilhã recompunha-se (a defesa
esteve quase sempre bem, com destaque para o patrão Gerson) e, aos poucos,
começava a equilibrar a partida. Mas sempre à base da força
e da luta. Porém, numa das raras jogadas pelo chão, Dário
faz uma tabela com Hermes, aos 68 minutos, e aparece pelo lado esquerdo na cara
do golo, que lhe é negado pelo guardião duriense, Carlos Fernandes.
O Covilhã anima-se, mas só volta a criar preigo nos últimos
cinco minutos do jogo. E nesse período, a jogar mais com o coração,
os serranos poderiam mesmo ter empatado, o que até não seria nenhum
escândalo, já que o Felgueiras, a jogar contra uma equipa em inferioridade
numérica, pouco mais fez que gerir o golo solitário alcançado
aos 28 minutos. Piguita foi destacado para ponta-de-lança e viu, aos 85
minutos, Dário voltar a falhar a possibilidade do empate, num remate já
na área, sobre a direita, que voltou a encontrar Carlos Fernandes no caminho.
Um minuto depois, após lance de Hermes pela direita, sai um cruzamento
para a área e Piguita, por muito pouco, falha o desvio. Nos últimos
minutos os serranos encostavam a equipa forasteira à sua área, mas
até final, o resultado não se alteraria.
Duarte Gomes, árbitro da partida, ajuizou quase sempre bem os lances, mas
foi permissivo nalguns aspectos. Se na expulsão de Trindade não
teve dúvidas (a decisão, porém, parece exagerada), a verdade
é que aos 17 minutos mostrou amarelo a Marafona, defesa do Felgueiras,
que até ser substituído, por percas de tempo, poderia muito bem
ter visto o segundo cartão. E aos 86 minutos parece ter errado ao atender
ao seu auxiliar, que viu um fora-de-jogo de Piguita, já na fase do "chuveirinho",
que poderia deixar o atleta isolado na área adversária.
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