"Até aqui os hospitais recebiam do Estado através de um orçamento
auferido anualmente, que tinha em consideração uma evolução
histórica. A partir de agora, os hospitais são financiados pelas
metas que definem em termos de produção da área abrangente
do serviço." Foi desta forma que Miguel Castelo Branco, presidente
do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira
(CHCB) explicou a diferença entre o antigo sistema de financiamento hospitalar
e o novo modelo recentemente aplicado no CHCB. Entenda-se por produção
a prestação de cuidados de saúde.
No dia 26 de Agosto foi assinado um contrato referente ao ano de 2003 entre o
CHCB e o Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde
(IGIF). Miguel Castelo Branco elucida que não houve qualquer atraso na
assinatura do contrato. "Correu tudo dentro do previsto, porque o projecto
ainda está a ser desenvolvido ao longo do ano".
Para o presidente do Conselho de Administração do CHCB, "os
hospitais estavam habituados a não ligar muito à questão
dos custos". No entanto, o futuro apresenta-se diferente. "A preocupação
com os custos é recente, mas a sua optimização é ainda
mais recente", recorda Miguel Castelo Branco. O médico avisa que "é
uma necessidade da sociedade actual fazer com que os doentes sejam tratados da
melhor maneira e mesmo assim optimizar os custos, sem prejuízo da qualidade".
Miguel Castelo Branco reconhece "uma lógica" no novo modelo de
financiamento, uma vez que está ligado "à própria dinâmica
dos hospitais".
O que está estabelecido para o CHCB é relativo à produção
para 2003, objectivos que estavam projectados e agora já consumados.
A nível de doentes de internamento, o CHCB recebe 10631 pacientes, presta
mais de 60800 consultas externas, mais de 112 mil urgências e atende mais
de 5 mil doentes no serviço de hospital de dia. Está é a
estimativa para 2003. Os números referem-se apenas à produção
respeitante ao Serviço Nacional de Saúde. A este número acresce
a produção para os sub-sistemas de saúde e seguros.
A partir de agora, o CHCB vai enviar mensalmente uma factura ao IGIF com a identificação
do número de produção. No entanto, Miguel Castelo Branco
avalia o financiamento anual esperado para o CHCB em 33 milhões de euros.
O número de utentes do CHCB tem a tendência para o aumento de produção
anual de 10 a 15 por cento, dependendo do serviço.
"Os hospitais servem para servir as pessoas, por isso é preciso ouvir
a sua opinião", indica Miguel Castelo Branco. O administrador anuncia
que até ao final do ano vai ser criado um sistema de inquérito para
se alcançar esse objectivo.
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