Não começou da melhor maneira a segunda temporada consecutiva do
Covilhã na II Liga - agora denominada Liga de Honra. A turma serrana foi
ao Estoril e regressou derrotada por uma bola a zero numa partida em que os "canarinhos"
de Ulisses Morais justificaram a sua ambição à subida de
escalão.
A margem da vitória, é certo, é curta. E o conjunto leonino
até poderia ter empatado se tivesse conseguido imprimir um pouco mais de
velocidade ao ataque, ou se Tarantini e Denilson tivessem a pontaria mais afinada
nas duas oportunidades de que dispuseram, ou ainda se Nuno Almeida tivesse assinalado
o pénalti reclamado por Lourenço. Mas também é verdade
que, para além de ter dominado grande parte do encontro, o Estoril ainda
viu os ferros da baliza de Celso devolverem remates de Pinheiro e Marcão.
A vitória da formação orientada por Ulisses Morais não
sofre, por isso, qualquer contestação. Por outro lado, João
Cavaleiro também não estará completamente insatisfeito com
os seus jogadores. A equipa jogou fora e sofreu apenas um golo com um dos candidatos
assumidos à promoção.
O jogo, propriamente dito, começou com um pressing forte da equipa da casa,
que logo no minuto inicial esboçou o primeiro lance de ataque. Aulier não
acertou na baliza de Celso, mas redimiu-se 10 minutos depois ao corresponder com
um espectacular remate à meia volta a uma solicitação de
Marcão. Mas enganou-se quem pensou que o golo madrugador seria o tónico
para uma exibição portentosa dos estorilistas. Em desvantagem no
marcador, o Covilhã assume de imediato o controlo do jogo e tenta surpreender
a equipa da casa. Tarantini, dois minutos volvidos, tenta justificar a confiança
depositada em si por Cavaleiro, mas, em posição privilegiada não
consegue rematar nas melhores condições. Pouco tempo depois é
Denilson que vê o guardião Fabrice negar-lhe o empate com uma defesa
apertada para canto. Cavaleiro ainda mexe na equipa antes do intervalo e substitui
Tarantini por Dário, na ala direita do ataque. Mas pouco se altera.
Para o início da segunda metade estava reservada a parte mais emocionante
da partida, com ambos os conjuntos à procura do golo. No entanto, com o
passar dos minutos, a formação serrana começa a perder o
fulgor inicial e cede o domínio da partida ao Estoril. O Covilhã
chega a passar por algum sufoco e por situações de perigo iminente.
Mas, onde Celso não chegou estiveram, primeiro, os postes e, depois, Piguita
a impedir o dilatar da vantagem "canarinha".
Com muitas caras novas, o plantel do Covilhã ainda não se encontra
na forma ideal. Falta aos jogadores aqueles mecanismos que só se adquirem
ao fim de alguns jogos. Fora isso, a equipa está ao nível daquela
que surpreendeu o País futebolístico na última época
e que valeu a alguns jogadores a transferência para equipas de primeira
linha. De resto, alguns dos elementos do actual alinhamento já começam
a dar nas vistas: Gérson é um valor seguro na defesa, e Lourenço
parece querer afirmar-se como opção principal para o ataque.
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