"A Mutualista Covilhanense só pode
dispensar cerca de 1500 euros por mês para pagar as dívidas, por isso
o contrato de leasing a 15 anos com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) é
o único nos livra da falência", diz Ramiro Reis , presidente da
direcção da Associação de Socorros Mútuos "Mutualista
Covilhanense".
A Assembleia Geral de Sócios , decorrida na passada quarta feira, dia 21,
decidiu ir para a frente com um contrato de leasing com a CGD após todas
as outras instituições bancárias com balcão na Covilhã
recusarem um empréstimo à instituição. As dívidas
da "Mutualista Covilhanense" ascendem a um milhão e cem mil euros.
João Rato, um dos associados, lamenta que esta seja a única opção
da "Mutualista Covilhanense". "É a única forma de salvar
a associação, mas, de certa forma, está-se a hipotecar as futuras
direcções com um fardo muito pesado", argumenta João Rato.
Na opinião deste associado, "no futuro, esta dívida vai ser motivo
para afastar possíveis candidatos à direcção".
A actual direcção da "Mutualista Covilhanense" acredita
ser possível garantir todos os pagamentos. Ramiro Reis assegura que "a
procura do Centro de Dia é bastante elevada e está-se a tentar providenciar
as condições para que brevemente se possa acolher diariamente um número
acrescido de idosos". Um objectivo da associação é o aumento
do número de camas disponíveis. Neste momento, a instituição
tem ao seu dispor 40 camas, mas o presidente da direcção espera "a
inclusão, nos próximos anos , de até mais 30 camas".
Uma outra esperança de Ramiro Reis é a aprovação de
um pedido de subsídio ao Ministro da Solidariedade e Segurança Social,
Bagão Félix. "A verba a atribuir pode rondar os 100 mil euros",
declara Ramiro Reis.
Obras não executadas, mas cobradas
A "Mutualista Covilhanense" está em litígio com a empresa
de construção das novas instalações na Rua Capitão
João D'Almeida, uma vez que para Ramiro Reis se verificam "várias
irregularidades na construção do edifício". Como exemplos,
aponta a existência de humidade em muitas paredes em pleno Verão
e uma entrada de ar condicionado defeituosa. Por isto e outras irregularidades
nas contas encontradas pela direcção de Ramiro Reis foi pedida uma
inspecção da Segurança Social. Ramiro Reisafirma que "há
muita coisa que não bate certo na direcção de Carlos Mineiro",
anterior presidente da direcção da Associação de Socorros
Mútuos "Mutualista Covilhanense".
Ramiro Reis encontra também problemas na cobrança de serviços
à instituição. "Houve dois empreiteiros que fizeram
cobrança de obras nas novas instalações que nunca foram realizadas".
O presidente atesta a impossibilidade de tais obras, pois só havia contrato
com uma empresa de construção.
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