Caria
Férias deixam utentes sem médico
A população
de Caria, freguesia do concelho de Belmonte, fica sem
cuidados médicos sempre que este se encontra em
férias ou doente. Esta situação
arrasta-se há vários anos, segundo o PCP
local.
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Carlos Borges
NC / Urbi et Orbi
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A escassez de profissionais de saúde (médicos,
enfermeiros e técnicos de saúde) causa
grandes complicações às populações
do concelho de Belmonte. Segundo o PCP/Belmonte a situação
agrava-se quando estes se ausentam por razões
de doença ou em férias. O Posto Médico
de Caria, freguesia deste concelho é onde as populações
mais se queixam da falta de médico. “Recentemente
mais de dois mil utentes estiveram cerca de um mês
sem médico, porque este esteve em férias”,
lê-se no comunicado do PCP/Belmonte. Segundo o
documento, a situação arrasta-se há muitos
anos com os utentes a ficarem sem assistência médica.
O mesmo se verifica com os serviços de enfermagem.
Durante a ausência do médico e em caso de
urgência, as populações tiveram que
recorrer ao Centro de Saúde de Belmonte, que embora
tenha um Serviço de Atendimento Permanente e óptimas
instalações “não funciona
nem aos fins-de-semana nem aos feriados”. “À noite
e numa situação de urgência, o médico
enquanto profissional do Serviço Nacional de Saúde,
não estaria em condições de acudir
as populações”, frisa Dulce Pinheiro,
deputada do PCP da assembleia Municipal do Belmonte que
aponta como alternativa o hospital da Guarda e o Pêro
da Covilhã. A deputada reconhece, no entanto,
que se trata de um problema cuja resolução
não se vislumbra a curto prazo. Mas defende que
ela passa por abertura de mais vagas nas universidades
que permitissem formar médicos e enfermeiros em
número suficiente de forma a evitar situações
destas.
Apesar da situação neste momento se encontrar
ultrapassada com regresso do médico que se encontrava
em férias, Dulce Pinheiro afirma que o partido
vai manter firme as suas reivindicações,
uma vez que “é um problema que se repete
ano após ano”. “O próprio Centro
de Saúde de Belmonte considera que esta anomalia é normal
e que não há motivos para alarmes e complicações”,
adianta. A deputada municipal acusa a Câmara do
Belmonte e a Junta de Freguesia de Caria, de nada terem
feito para fazer face a este “constante sobressalto” porque
passam os utentes de Caria. Por isso, Dulce Pinheiro
considera conivente a atitude do poder local e pensa
denunciar esta “angústia presente na vida
de alguns milhares de carienses” junto da Assembleia
da República.
Manuel Geraldes, delegado do Centro de Saúde do
Belmonte, refuta as acusações do PCP e
afirma que a saúde das populações
de Belmonte nunca esteve em risco em virtude da doença
e/ou férias do médico em causa. A situação
encontra-se neste momento ultrapassada”, afirma
o delegado para quem os serviços mínimos
foram sempre garantidos durante a ausência do médico.
O responsável, reconhece que este assunto não é específico
de Caria, mas um problema de todo o concelho e que se
prende com escassez de recursos humanos. O Centro de
Saúde do Belmonte conta neste momento com cinco
médicos e sete enfermeiros. Funciona de segunda à quinta-feira
das 9 às 18 horas e às sextas-feiras entre
8 da manhã às 20 horas, com excepção
dos sábados e domingos. “Optamos por este
horário porque as pessoas têm o hospital
da Covilhã ou da Guarda aos fins-de-semana “,
refere Manuel Geraldes reconhecendo que o ideal era ter
o Centro de Saúde aberto, até porque diminuiria
o afluxo dos utentes ao hospital Pêro da Covilhã.
Para Mário Tomás, vice-presidente da autarquia,
não corresponde a verdade que o Posto Médico
de caria tenha estado um mês sem assistência
médica. “Abordei a situação
junto da Delegação de Saúde e disseram-me
que efectivamente foi uma semana que o médico
esteve doente e outra em férias e que não
houve possibilidade de regularizar a situação
dado a carência de médicos”, diz o
autarca que desmente as acusações proferidas
pela deputada, Dulce Pinheiro, afirmando que a Câmara
nunca esteve indiferente ao problema. Tanto mais que,
a autarquia belmontense, diz Tomás, tem nos últimos
anos apoiado os médicos e os enfermeiros nas deslocações
domiciliárias às zonas periféricas
do concelho, através da disponibilização
de uma viatura e um motorista.
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