Proposta para o futuro
CNM quer a Covilhã no mapa do montanhismo europeu
A Covilhã pode
vir a ser o Santuário do montanhismo em Portugal.
A ideia, afirmam os responsáveis do Grupo de Montanha
do CNM, é possível. O que é preciso é investimento.
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Alexandre S.
Silva
NC / Urbi et Orbi
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A ideia parece arrojada, mas Carlos Tavares, do Grupo de Montanha do Clube Nacional
de Montanhismo (CNM), assegura que é possível: "A Covilhã
pode tornar-se no santuário do montanhismo em Portugal". A razão,
na opinião do responsável, é fácil de entender. "A
Serra da Estrela tem condições únicas no País para
a prática da modalidade, pelo que deveria estar melhor aproveitada, e vocacionada
para receber os praticantes nacionais e estrangeiros".
A ideia foi avançada por Carlos Afonso na primeira
do conjunto de tertúlias que o Grupo de Montanha
está a levar a cabo no Parque de Lazer das Penhas
da Saúde, no âmbito dos 50 anos do CNM,
e foi retomada na última sexta-feira,8. Com a
presença de Santos Pinto, um veterano do Montanhismo
em Portugal, a última reunião contou com
a presença de quase duas dezenas de aficcionados
da modalidade. Um número escasso e demonstrativo,
na opinião do montanhista, do “pouco interesse
das pessoas da Covilhã em relação à Serra
da Estrela”. A população da região,
acredita, “só conhece a Serra por aquilo
que vê da estrada entre a cidade e a Torre”.
Uma situação que, segundo Santos Pinto,
deveria ser invertida.
Carlos Tavares concorda e defende uma nova política
para o turismo no Maciço Central. O CNM, diz, “pode
começar o processo mas não tem estruturas
nem autoridade que lhe permitam grandes aventuras. Por
isso tem que trabalhar muito devagar”. O que é preciso é que,
defende, “apareça alguém com poder
suficiente e com mais responsabilidades para poder acelerar
o processo”. Para começar, Tavares propõe
a instalação de uma parede artificial num
espaço da Covilhã ou a deslocação
de um bloco da Serra para o parque Aibéu, junto
do Grupo Desportivo da Mata.
Uma das ideias, explica, “é sensibilizar
os professores de educação física
da cidade para, por suas vez, motivarem os seus alunos
para a prática da modalidade”. A cidade
acabaria, assim, por ser a base de treino para depois
se partir para a prática na Serra. Uma estrutura
que serviria também para praticantes de outras
partes do País e do mundo, que se deslocassem à Covilhã.
Outro dos aspectos que, na opinião do montanhista, é preciso
repensar, é o das casas abrigo e dos percursos.
Tavares defende a criação de mais estruturas
daquele tipo, de modo a que os praticantes possam pernoitar
na Serra em vez de serem obrigados a fazer o percurso
em apenas um dia. Caso haja aposta nesta vertente, o
responsável do Grupo de Montanha não tem
dúvidas: “É possível colocar
a cidade no mapa do montanhismo europeu como Chamonix,
em França, ou Benasque, em Espanha”. O processo,
acrescenta, “só dará frutos daqui
a cinco ou dez anos, mas é preciso começar
o mais cedo possível”.
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