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PRODEP...
O PRODEP é um Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal, acordado
com a Comissão Europeia e que vai vigorar no período de 2000 a 2006.
O Programa que está em curso é o PRODEP III. Esta acção
surge na continuidade da anterior acção 5.2 do PRODEP e visa apoiar
a parceria activa entre as instituições do ensino superior e as
empresas e outras organizações económicas, visando a valorização
das experiências formativas em contexto de trabalho, nomeadamente como oportunidade
de influência recíproca destas instituições.
O ano lectivo de 2002/2003 foi o meu ano de finalista. Chegado a Março,
fui informado que existia um apoio por parte do Estado e da empresa para onde
eu fosse estagiar, caso o meu estágio não fosse remunerado. Comecei
a preencher os impressos necessários e até Junho tratei de tudo
dentro dos prazos estabelecidos. Foi-me comunicado pelo meu orientador na Universidade
que o meu estágio era na SIC Porto e que começava no dia um de Julho.
Cá estou, há um mês
e acabo de receber uma carta da
UBI, assinada pelo Reitor, a comunicarem-me que o meu financiamento do PRODEP
foi recusado. Fiquei revoltado, telefonei para a UBI, mais concretamente para
o Gabinete de Estágios. Disseram-me que das verbas que o Estado tem até
2006 para o PRODEP já se gastou 76 por cento dessas verbas!!!
Para além disso os estágios de seis meses da UBI (que também
não são remunerados) acabam no dia 31 de Dezembro e os responsáveis
em Lisboa pelo PRODEP, anteciparam a data de entrega de relatórios de estágio,
etc., para o dia 15 de Dezembro. A UBI não podia ter essa papelada toda
pronta antes dos estágios terem acabado e assim teve que renunciar aos
estágios de seis meses. A Universidade da Beira Interior enviou 104 estágios
candidatos ao PRODEP. Renunciando aos estágios de seis meses, que em 104
eram 66 (salvo erro!) a UBI ficou só com 38 estágios de candidatura
(que são os estágios de três meses, lote onde eu estou incluído).
O mínimo estabelecido de candidaturas é de 65 por cento e os 38
estágios que sobraram representam menos desses 65 por cento.
Eu acredito na palavra dos responsáveis da UBI pelo PRODEP, pelas explicações
que me deram, mas é claro que eu não fiquei parado, limitando-me
a que o meu financiamento fosse reprovado. Telefonei para as Universidades do
Minho, Porto e Aveiro onde a resposta em todas foi idêntica: "Não
sabemos de problema nenhum, os nossos estágios foram aprovados!"
Ainda me lembro há dois, três anos atrás quando o orçamento
para as Universidades foi reduzido e a UBI esteve com muitas dificuldades para
pagar aos seu funcionários. O nosso Reitor fez questão, e bem a
meu ver, de vir para a imprensa tornar público este caso grave.
Agora o que eu pergunto é o seguinte: Sr. Reitor: eu paguei sempre as minhas
propinas a tempo e horas; finalizei o meu curso (Ciências da Comunicação)
em seis anos, demorei mais dois para adquirir mais experiência nos laboratórios
audiovisuais da UBI (CREA), de modo a preparar-me melhor para a vida real; estou
a estagiar for a da minha área de residência, longe dos meus pais;
será que a minha situação e dos meus colegas que estão
por esse país for a não merecem a sua consideração?
Venha agora também expor este caso publicamente, porque o dinheiro que
iríamos receber no fim do estágio eram uma grande ajuda, porque
estudámos com muito orgulho na UBI, porque ajudámos a dignificar
e engrandecer uma instituição que merece ser assinalada no mapa
não só por ter Medicina!
Uma das responsáveis pelo Gabinete de Estágios da UBI disse-me que
eu não devia ter ido estagiar sem saber se o PRODEP tinha sido aprovado
ou recusado. Eu respondo: a SIC ia estar à minha espera até que
se dignassem a aprovar-me o estágio? Claro que não. O mercado de
trabalho, sobretudo o de Jornalismo, está tão entupido que se eu
não viesse agora, sujeitava-me a não conseguir vir estagiar para
a SIC!
Dinheiro para estádios há, para outras mordomias também e
para os jovens licenciados não existe porquê? Sem falar nos incêndios,
que todos os anos é a mesma tragédia e nunca há meios, mas
isso são outras histórias
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