Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


Com um ataque pouco consistente, os avançados do Casa Pia foram presa fácil para os centrais do Covilhãl

A tarde do último sábado, 2, não estava para grandes correrias. Os termómetros marcavam quase 40 graus centígrados e fumo dos incêndios que devastam o País pairava sobre o Municipal Santos Pinto. No relvado do velhinho estádio defrontaram-se Sp. Covilhã e Casa Pia, ainda em preparação para temporada que se avizinha. Os jogadores fizeram o que podiam mas, fosse pelo calor, ou pelo cansaço de três semanas de "tareias", raramente conseguiram acelerar a fundo.
Começa melhor o conjunto lisboeta. Mais rápidos sobre a bola, os casapianos impedem a progressão dos homens mais avançados da turma covilhanense e conseguem aproximar-se com algum perigo da grande-área de Celso. Aos poucos, o Covilhã vai tomando conta do jogo, fruto de intervenções mais acertadas de Gérson, Ido e Ankyofna, que se assume cada vez mais como a voz de comando no meio-campo verde-e-branco.
O primeiro sinal de perigo serrano surge apenas ao minuto 20. Rui Morais consegue fugir pelo flanco direito e cruza para a cabeça de Lourenço que, de frente para a baliza de Ricardo, atira por cima.
Com um futebol agradável mas muito ingénuo, o Casa Pia começa a perder o controlo do meio campo para os possantes Ido e Ankyofna. A equipa de Cavaleiro, embora sem aumentar muito a velocidade, toma conta das operações e remete os lisboetas ao seu meio-campo durante o resto da primeira parte.

Segunda parte melhor

Nos primeiros minutos do segundo tempo, os covilhanenses conseguem imprimir alguma velocidade ao jogo e acercam-se, desde logo, da baliza contrária. Aos dez minutos, Cavaleiro faz entrar Tarantini para o lugar de Rui Morais e Osseias para o de um pouco esclarecido Denilson. O ataque serrano melhora substancialmente e 10 minutos depois Tarantini abre o activo na sequência de uma jogada confusa na pequena-área do Casa Pia. Pouco depois, o jovem avançado e Dani protagonizam uma das mais bonitas jogadas do desafio, mas o remate acaba por sair a escassos centímetros do poste.
O Covilhã pressiona, mostra um futebol mais consistente que o da primeira metade e acaba mesmo por matar o jogo em cima dos 90 minutos: Osseias escapa pelo flanco esquerdo, deixa para Tarantini, e o jovem atira à figura de Hugo Borges. A bola sobra, no entanto, para Lourenço que só tem que cabecear para a baliza deserta.





No último sábado, o Covilhã alinhou com sete caras novas no onze inicial



Os reforços



Marco Aurélio: Fez dupla no eixo da defesa com Gérson. Não comprometeu, mas também não foi colocado à prova pelos pouco criativos avançados casapianos.
Gérson: A mais sonante contratação de pré-época parece merecer a confiança que em si depositam. Seguro a defender, aproveitou a falta de acutilância do adversário para subir no terreno quando necessário em auxílio do meio-campo.
Cordeiro: Ainda tem arestas a limar, mas justificou no último sábado a transferência da Estação para o Covilhã. Fez todo o corredor esquerdo durante a primeira parte e não errou por aí além. Falta-lhe experiência, mas mostrou querer ser opção válida para Cavaleiro.
Ido: Outro "tanque de guerra", à semelhança de Ankyofna. Os dois guineenses constituem uma dupla de peso no miolo. Possante, o ex-Moreirense acusa ainda alguma falta de ritmo depois de ter estado quase um ano parado, mas garra na discussão de cada lance não lhe falta.
Lourenço: Já mostrou que tem boa técnica, ma no último sábado faltou-lhe mobilidade. Fez três remates e um golo.
Dani: O mais irrequieto reforço. É veloz, tem bons pézinhos e não está com cerimónias na hora do remate.
Denilson: Foi a primeira opção de Cavaleiro para a frente de ataque dada a lesão de Hermes. Ainda assim, pouco se viu. Passou 45 minutos afastado do jogo.
Real: Entrou na segunda parte para o eixo da defesa e portou-se muito bem. Apesar de não ter tido muito trabalho correspondeu sempre que solicitado. Mais um "produto" da Estação que se pode tornar numa mais-valia para os "leões da Serra".
Rui Gil: Muito tímido a atacar limitou-se ao seu meio-campo apesar dos constantes apelos de Cavaleiro para subir no terreno.
Osseias: O ex-União da Madeira chegou dois dias antes do encontro mas parecia que já jogava no plantel há meses. Em condição física aceitável, deu maior dinâmica ao ataque covilhanense. Abriu espaços, combinou bem com os colegas e deu início à jogada do segundo golo. Apenas meia-hora em campo, mas acaba por ser a figura do encontro.