Aos trabalhadores só lhes resta esperar pela reunião de credores de dia 18 de Agosto

Nova Penteação Proposta de viabilização rejeitada O pedido de votação por escrito dos credores da Nova Penteação traduziu-se em chumbo à proposta de viabilização apresentada por Paulo de Oliveira. Por Daniel Sousa e Silva

A proposta de viabilização da Nova Penteação avançada pelo empresário Paulo de Oliveira na Assembleia de Credores da Nova Penteação, realizada no dia 30 de Junho, foi rejeitada. Paulo de Oliveira propôs-se adquirir por trespasse a Nova Penteação, o que incluía todos os imóveis, máquinas, equipamentos industriais e de escritório, veículos, matérias primas e a marca "Nova". No entanto, a votação dos credores ficou longe da maioria necessária para que a proposta fosse aprovada. Eram necessários, no mínimo, 66,7 por cento de votos favoráveis para a aprovação, mas credores representando 45 por cento dos créditos da empresa, incluindo a Segurança Social, um dos principais credores, manifestaram-se negativamente, tornando a proposta inviável. Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), aceita, de forma resignada, o resultado da votação. "A decisão dos credores é perfeitamente aceitável e legal." Mas, o sindicalista adianta que "esta decisão dá mais credibilidade aos trabalhadores para tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar o seu futuro" Para Luís Garra, "uma solução de viabilização tem de ser encontrada". A disponibilidade de negociação do STBB é "total". Uma das considerações do STBB é que talvez seja necessário um período de transição entre a situação em que a Nova Penteação se encontra e o reatamento da laboração normal da empresa. Questionado acerca de possíveis rescisões de contratos, Luís Garra defende que "tal decisão deve apenas partir voluntariamente de cada um dos trabalhadores". Indicando, no entanto, não ter conhecimento de algum caso específico de rescisão. Luís Garra faz questão de sublinhar que os trabalhadores da Nova Penteação não podem ser "levados" neste negócio. "O STTB não pode admitir que queiram comprar as acções dos trabalhadores com prata quando estas valem ouro", conclui. O anúncio oficial da decisão dos credores vai ser feito no próximo dia 18 de Agosto, no reatamento da reunião da Assembleia de Credores começada no dia 30 de Julho. Aos trabalhadores apenas resta esperar pelo aparecimento de novas para serem discutidas na reunião de dia 18. A situação da Nova Penteação está quase no limite da falência, uma vez que o prazo para o aparecimento de interessados na empresa finda a 15 de Outubro. Se até essa data não houver uma solução, o Tribunal da Covilhã vai decretar a falência da empresa, já que acaba o período de seis meses em que devia dar início ao Processo Especial de Recuperação de Empresas e Falências, entregue ao Tribunal da Covilhã pelos administradores António Aguilar e Artur Lã Rosa.