A Associação Empresarial da Covilhã,
Belmonte e Penamacor (AECBP) vai lançar no próximo mês de Setembro
o Plano Promocional do Centro Cívico da Covilhã. A revelação
foi feita por João Carvalho, presidente da associação no passado
sábado, por ocasião da reabertura da Rua Comendador Campos Melo, mais
conhecida por Rua Direita. "Trata-se de um projecto de âmbito global
que tem como objectivo melhorar o comércio tradicional", explica o responsável.
O plano que se prolongará até ao final de 2004, terá um custo
de 500 mil euros, dos quais 325 mil são a fundo perdido. O restante será
financiado pela Câmara da Covilhã e também pelos comerciantes.
O presidente da AECBP acredita que "há todo um conjunto de circunstâncias
que devem ser alteradas". João Carvalho defende o funcionamento do comércio
até às 22 horas e a realização de espectáculos
de rua e iniciativas apropriadas a cada época do ano. "Durante o Verão
tem que ser dada uma animação constante ao centro da cidade",
sublinha. Pelo que ouviu por parte dos comerciantes o presidente da associação
acredita que "o projecto tem pés para andar".
Manuel Augusto Dinis é um dos comerciantes mais antigos da Rua Direita e
é dos poucos que desde há quatro anos, mantém os seus estabelecimentos
de mobiliário, decoração e roupa, abertos ao público
todos os sábados à tarde. Considera que "este horário
é vital para o comércio".
António Jesus é o proprietário de uma livraria na Rua Direita.
Lembra os vários inconvenientes que teve de enfrentar enquanto as obras decorreram.
O pó e a confusão afastaram os clientes, mas agora mostra-se satisfeito
com o trabalho final. "A rua está bonita e muito melhor do que antes",
salienta acrescentando que " é preciso que os clientes venham apreciar
as novas potencialidades que esta rua oferece". Quanto ao alargamento do horário
de funcionamento das lojas António Jesus está disposto a negociar
desde que "haja benefícios para comerciantes e clientes". O responsável
sublinha no entanto que "esta tem que ser uma decisão tomada por todo
o conjunto de comerciantes".
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Teotónio Pereira foi o responsável pela remodelação
da via
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Um dos temas em destaque na reabertura da principal via de acesso ao centro da
cidade foi a sua estética. Teotónio Pereira, arquitecto responsável
pela elaboração do projecto explica que "na altura em que este
foi feito ainda não se sabia se a passagem de automóveis se iria
manter ou não". Por isso mesmo o pavimento está nivelado, há
uma faixa de rodagem delineada e foram colocados uns pilaretes que resguardam
os passeios. Teotónio Pereira explica que existem vários modelos
de pilaretes que podiam ter sido utilizados. Mas foram escolhidos estes pelo facto
de os passeios serem estreitos dando assim mais espaço aos peões
ao mesmo tempo que é impedido o estacionamento. Os pilaretes que agora
se encontram na Rua Direita foram desenhados pelo arquitecto Graciano Costa para
o arranjo da Praça da Figueira em Lisboa e fornecidos por uma fábrica
de Aveiro especializada em mobiliário urbano.
Apesar da reabertura oficial da rua, Teotónio Pereira diz que as obras
ainda não estão acabadas. Existe um prédio antigo que está
a invadir a via e o projecto prevê a sua demolição e a construção
de um novo sem invadir o passeio, criando o alargamento da rua para permitir a
existência de uma esplanada.
Para Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã "a zona histórica
não pode deixar de ser renovada e embelezada". O autarca adianta que
obras como as que se verificaram na Rua Direita vão continuar. No princípio
de Outubro vão ter início os trabalhos em todas as ruas situadas
à volta da igreja de Santa Maria. "Um incómodo que será
bom para a cidade", adianta Pinto referindo que "esta linha de intervenção
pretende marcar a renovação de toda a área central".
As obras realizadas na Rua Direita correspondem a um investimento de 500 mil euros.
Para além do nível estético foram feitas intervenções
ao nível da rede de água, esgotos, gás e redes de telecomunicações.
No passado sábado foi assinalada oficialmente a sua reabertura por enquanto
ainda sem automóveis. As cerimónias culminaram com uma passagem
de modelos em plena via, a cargo do UBIfashion - Núcleo de Estudantes de
Design Têxtil e do Vestuário da Universidade da Beira Interior.
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