O período oficial de saldos começa no dia 7 de Agosto. No entanto,
já há mais de 15 dias que quem percorrer as ruas da Covilhã
vai encontrar muitas lojas com grandes cartazes a anunciar descontos. Em alguns
estabelecimentos, a baixa de preços ultrapassa os 50 por cento.
"É verdade que oficialmente os saldos ainda não podem ser feitos,
mas fazem-se as promoções por uma grande necessidade de escoamento
de stocks acumulados nos últimos meses", explica Cristina Rato, responsável
pela loja de roupa Alpy. No estabelecimento gerido por Cristina Rato existem descontos
para todos os gostos: 20 por cento em cintos, 35 por cento em camisolas e 50 por
cento em calças de ganga.
A Via Nobel, loja de roupa de homem, também aderiu à prática
de promoções. João Lopes, funcionário da loja, diz
que "as vendas andam tão más que se tem de recorrer a todos
os meios para conseguir atrair clientela". Na montra da Via Nobel vislumbra-se
um cartaz a anunciar descontos até 40 por cento. "A partir de dia
7, o desconto poderá atingir os 60 por cento", revela João
Lopes.
"Mesmo com os descontos, as vendas não aumentam muito". Quem
o afirma é Maria José Antunes, funcionária da loja de pronto-a-vestir
3B, defendendo que não se lembra de uma altura em que "o negócio
da venda de roupa tivesse uma quebra como este ano". "Muitas vezes,
as pessoas ainda perguntam se podemos fazer um desconto ainda maior", declara
Maria José Antunes.
Quem poupa dinheiro são os compradores. As promoções na lojas
de vestuários é uma das alturas favoritas do ano para Marta Costa,
de 19 anos. "Agora, posso comprar várias peças pelo mesmo preço,
que no mês passado só daria para comprar uma", diz com brilho
nos olhos.
Mas alguns compradores vêem as promoções com desconfiança
e uma ponta de rancor. "Como é que as lojas fazem descontos de 50
por cento e ainda têm lucro? Só se na época normal praticam
preços exorbitantes, enganando os compradores." Este é o raciocínio
de António Martins, de 42 anos.
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