Os 460 trabalhadores da Nova viram o seu futuro mais uma
vez adiado
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Paulo de Oliveira aguarda decisão
dos
credores da "Nova"
Trabalhadores à espera de melhores dias
No próximo dia 7 será conhecida
a votação da proposta apresentada por Paulo de Oliveira. Situação
dos trabalhadores continua por esclarecer.
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Por Catarina Rodrigues
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Na Assembleia de Credores da Nova Penteação,
realizada na quarta feira 30, o empresário Paulo de Oliveira avançou
com uma proposta de viabilização da empresa.
No documento a que o Urbi et Orbi teve acesso, Paulo de Oliveira propõe-se
adquirir por trespasse a Nova Penteação, o que inclui todos os imóveis,
máquinas, equipamentos industriais e de escritório, veículos,
matérias primas e a marca "Nova". No trespasse não se incluem
quaisquer débitos, à excepção da dívida ao Estado
que ronda os 154 mil euros. O preço que o empresário propõe
para adquirir a empresa é de 2 milhões e 857 mil euros, dez por cento
da dívida aos credores. A proposta apresentada fica condicionada ao acordo
com os trabalhadores da Nova Penteação que neste momento são
460.
Dos 56 credores da empresa, 90 por cento estiveram presentes na reunião,
mas apenas 19 declaram de imediato o apoio ao empresário. A maioria solicitou
o seu voto por escrito, o que deverá ser feito até ao próximo
dia 7.
A decisão sobre a viabilização da empresa só será
por isso conhecida na próxima quinta feira, sendo que a nova Assembleia de
Credores terá lugar no dia 18.
Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), sublinha
que a proposta apresentada por Paulo de Oliveira "é omissa quanto à
questão dos trabalhadores porque fala em sentido abstracto de uma negociação".
No final da Assembleia de Credores o sindicalista clarificou mais uma vez as condicionantes
que os trabalhadores colocam à negociação e que consistem na
continuidade da empresa e dos postos de trabalho, num quadro de garantia dos mesmos,
do vínculo laboral, da antiguidade, da remuneração e dos demais
direitos.
Garra lamentou o facto de não terem surgido mais propostas uma vez que havia
três potenciais interessados. O presidente do STBB acrescenta ainda que "o
Estado não pode ser conivente com o desbaratar de um milhão e 200
mil euros investidos no programa FACE".
A proposta apresentada por Paulo de Oliveira levou a que a administração
da Nova Penteação retirasse de imediato a proposta que haviam apresentado
a 2 de Julho. Recorde-se que Artur Lã Rosa e António Aguilar apontavam
o despedimento dos cerca de 300 trabalhadores que actualmente frequentam o programa
Face como única forma de viabilizar a empresa.
Mesmo que a solução agora avançada por Paulo de Oliveira seja
rejeitada pelos credores não há a falência automática.
Ainda está aberta a possibilidade de novas propostas surgirem. Os trabalhadores
continuam ansiosos e expectantes quanto ao futuro.
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