Zona do Pinhal
Maior incêndio do ano atinge Sertã e Vila de Rei

NC/Urbi et Orbi


As povoações dos concelhos de Sertã e Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, viveram momentos de inquietação e agonia no sábado, 19. Por volta das 14 horas, expandia-se o maior fogo registado até à data em Portugal. Aquela que era considerada a maior mancha de pinheiro-bravo contínuo da Europa tornou-se num chão de folhas queimadas. O incêndio também se alastrou até algumas casas e acarretou prejuízos materiais.
Face a uma combustão incontrolável, mais de 500 bombeiros de várias corporações do País, apoiados por 153 viaturas, dois aviões e quatro helicópteros pesados, um médio e outro ligeiro vieram em socorro para combater a situação de desespero.
Habituada, de certa forma, a presenciar fogos nas suas localidades, a população destes dois concelhos considerou que todos estes meios não foram satisfatórios. Críticas não foram poupadas à actuação dos bombeiros. Os populares afirmam que se não fossem familiares e amigos, "ardia tudo", pois os bombeiros não estavam presentes "nessas alturas".
Em Várzeas, outra localidade de Vila de Rei, o panorama era ainda pior. Quatro casas foram consumidas pelo incêndio aos olhos dos seus habitantes, revoltados por não estar ali nenhum bombeiro, nem viaturas.
Rui Esteves, coordenador do Centro Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco classifica de "injustas" as acusações. "Perante um incêndio deste tamanho, que evoluiu durante duas horas para umas centenas largas de hectares, é óbvio que os bombeiros não são suficientes para estar onde são necessários, nomeadamente junto a todas as casas", argumenta. O vento forte e a falta de limpeza das matas também foram algumas das dificuldades enfrentadas pelos bombeiros no combate às chamas que acabou por atingir o concelho de Mação, no distrito de Santarém. Pedro Jana, comandante dos bombeiros de Mação, garante que "existem muitas zonas já em fase de rescaldo, mas apareceram outros locais onde as chamas estão a lavrar com muita força". Na noite de segunda feira, 21, o incêndio tinha sido dominado em algumas zonas. Mais de três mil e 500 hectares de floresta e mato arderam.