"A A23 em princípio não pagará
portagens", garantia deixada pelo primeiro ministro Durão Barroso, na
visita que fez à Beira Interior no passado domingo, 27. O chefe do Governo
aproveitou a oportunidade para inaugurar o troço da auto estrada entre Belmonte
e o Fundão. No mesmo dia, mas sem cerimónias, foi aberta a ligação
entre Castelo Branco e Gardete ficando assim completa a via que liga a cidade da
Guarda ao nó da A1 em Torres Vedras.
Segundo Durão Barroso está a ser trabalhado um projecto a levar à
Assembleia da República que permitirá assegurar o financiamento do
sistema rodoviário português para além de 2007-2009. "As
estradas a construir no futuro não podem ser asseguradas pelo regime SCUT",
afirma Barroso, acrescentando que "nesse caso teríamos que deixar de
construir mais estradas".
O primeiro ministro deixou claro que o sistema que está a ser preparado pretende
"salvaguardar o Interior do País" de modo a que o investimento
em infra-estruturas rodoviárias como a A23 possa continuar. Os utilizadores
da nova auto-estrada não vão assim pagar portagens. Durão Barroso
foi mais longe e disse mesmo que "é melhor pagar portagens na CREL para
existir dinheiro para o Interior.
Depois de quatro anos de obras, a A23 tem agora todos os troços abertos.
A obra foi concluída cinco meses antes do prazo previsto pelo Governo e está
concessionada à Scutvias por um período de 30 anos. Para que tudo
esteja realmente finalizado falta apenas o acesso da Covilhã Norte e a duplicação
do Túnel da Gardunha que ao que tudo indica estará pronta até
ao final do ano.
Guarda e Lisboa estão agora separadas por 305 quilómetros de auto-estrada,
o que equivale a pouco mais de três horas de viagem.
Esta infra-estrutura vem, segundo Durão Barroso "desencravar o Interior",
aproximando-o do litoral, de Espanha e do resto da Europa.
A A23 representa para o primeiro ministro "uma peça fundamental no quadro
das acessibilidades do País".
Segundo Matos Viegas, administrador-delegado da empresa concessionária da
via, "esta região tem agora uma facilidade de acesso à capital
que lhe permitirá ser sede de empresas de diversos tipos". O responsável
acrescenta ainda que "até a implantação de empresas estrangeiras
sairá beneficiada uma vez que passam a existir melhores acessibilidades para
a Europa e o custo com os transportes é reduzido".
IC6 e electrificação da linha a
caminho
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Durão Barroso assegurou que o IC6 terá o projecto aprovado
até ao final do ano
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Durão Barroso foi recebido na Câmara da Covilhã onde ouviu
algumas reivindicações do presidente da autarquia Carlos Pinto.
O edil lembrou o projecto Parkurbis que aguarda apenas uma resposta do Ministério
da Economia para arrancar com o pólo central. Pinto pediu ainda o apoio
do Governo para a construção do Aeroporto da Covilhã e para
o relançamento das Minas da Panasqueira onde é necessária
"a reconversão industrial e o aproveitamento cultural e museológico".
O presidente da Câmara da Covilhã lembrou ainda Durão Barroso,
na presença do ministro da Cultura e do ministro das Cidades e do Ordenamento
do Território, da necessidade de construir as novas barragens da Serra
da Estrela e o Centro de Artes da cidade.
No quadro das acessibilidades, Durão Barroso assegurou que o IC6 terá
o projecto aprovado até ao final do ano. Um anúncio que deixou Carlos
Pinto satisfeito, uma vez que "existem várias vias alternativas para
ir a Coimbra, mas qual delas a pior".
O primeiro ministro garantiu ainda que a electrificação da linha
da Beira Baixa, um projecto que ronda os 180 milhões de euros, chegará
a Castelo Branco até 2004 e à Covilhã, até 2006. O
chefe do Governo esclareceu por fim as dúvidas que pairavam no ar sobre
o facto da electrificação ferroviária chegar somente até
à capital de distrito. Em relação ao troço entre Covilhã
e Guarda, Barroso não fez qualquer declaração. Quanto às
restantes reivindicações de Carlos Pinto, o primeiro ministro garantiu
que irão ser "estudadas com seriedade", mas também não
deu qualquer resposta.
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